digitais - Programa de Pós-Graduação em Letras da UFPE - PPGL ...
digitais - Programa de Pós-Graduação em Letras da UFPE - PPGL ...
digitais - Programa de Pós-Graduação em Letras da UFPE - PPGL ...
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
A causa essencial do <strong>de</strong>sacordo, parece-nos, resi<strong>de</strong> no tipo particular<br />
<strong>de</strong> categoria lingiiistica que constitui a amuora associativa. (Kleiber et alii,<br />
1991:8-9)<br />
Alegam os <strong>de</strong>fensores <strong>da</strong> concepc;ao estreita que 0 simples fato <strong>de</strong> a recuperac;ao ser<br />
inferencial e nao haver correferenciali<strong>da</strong><strong>de</strong> nao legitima a distinc;ao <strong>de</strong> uma categoria anaf6rica<br />
a parte, diferente <strong>da</strong> comum. As restric;oes formais seriam <strong>de</strong>cisivas na <strong>de</strong>terminac;ao <strong>da</strong> anafora<br />
associativa, portanto. Vma mu<strong>da</strong>nc;a <strong>de</strong> categoria lingiiistica formal (como 0 uso do pronome<br />
<strong>de</strong>monstrativo, por ex<strong>em</strong>plo, no lugar do artigo <strong>de</strong>finido) implicaria, assim, uma outra<br />
c1assificac;ao <strong>de</strong> anafora.<br />
Na visao ampla, por outro lado, postula-se que a anafora associativa nao se acha<br />
restringi<strong>da</strong> pela forma, mas que ela tern uma pertinencia linguistica <strong>em</strong> si me sma. Ou seja,<br />
justifica-se reagrupar sob uma base {mica <strong>de</strong> configurac;ao conceitual situac;oes que apresentam<br />
categorias lingliisticas diferentes. (Kleiber et alii, 1991: 10)<br />
As duas concepc;oes conflu<strong>em</strong>, entretanto, para 0 reconhecimento <strong>de</strong> que 0 mecanismo<br />
que viabiliza a amifora associativa repousa sobre conhecimentos gerais, supostamente<br />
partilhados, que po<strong>em</strong> <strong>em</strong> relac;ao referencias genericas.<br />
A menc;ao previa <strong>de</strong> urn referente diferente saturando a interpretac;ao, e sua re1ac;aolexical<br />
com ele, e 0 criterio mais importante para justificar a separac;ao <strong>da</strong> aml.fora associativa (ou<br />
indireta, ou inferencial) <strong>da</strong> anafora comum.<br />
Em situac;oes como:<br />
(52) "lnf.1 ... e as <strong>de</strong>z hora{s ... na igreja do:: Sao Benedito<br />
Inf.2 la na::: ... igreja do Sao Benedito ...{ah<br />
Inf.1 eh... entao nos vamos eh a investidura vai ser eu<br />
acredito que 0 papai nao POssa {ir porQUE. ..<br />
Inf.2 nao vai nao<br />
Inf.1 e MUlto <strong>de</strong>morado<br />
Inf.2 <strong>de</strong>pois tern que subir aquela esca<strong>da</strong> ali na frente <strong>da</strong><br />
igreja e ele num consegue mais" ((F) 02-39 - conversa<br />
espontanea - PORCUFORT),<br />
o referente <strong>de</strong> "aquela esca<strong>da</strong>" foi saturado a partir do sintagma "na igreja do Sao Benedito",<br />
mas e novo para 0 discurso, porque a id6ia <strong>de</strong> "esca<strong>da</strong>" foi acrescenta<strong>da</strong> agora ao texto. Para a<br />
visao estreita, tal reconhecimento nao bastaria para c1assifica-la como anafora indireta, porque 0<br />
uso do <strong>de</strong>monstrativo ja assinalaria uma retoma<strong>da</strong> direta, correferencial. Desse modo, como<br />
diz<strong>em</strong> os autores: