digitais - Programa de Pós-Graduação em Letras da UFPE - PPGL ...
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o que se costuma chamar <strong>de</strong> saliencia local esta ligado a estrutura sequencial do texto.<br />
Urn objeto discursivo localmente saliente e aque1e que foi ativado mais recent<strong>em</strong>ente, ou seja, e<br />
o que foi mencionado por ultimo na disposiyao dos el<strong>em</strong>entos no texto e, por isso, tern aver<br />
com evi<strong>de</strong>ncias perceptivas.<br />
A saliencia cognitiva, por outro lado, se baseia <strong>em</strong> conhecimentos e representayoes<br />
mentais. Urn referente e cognitivamente saliente quando, <strong>em</strong> meio a outros objetos do universo<br />
discursivo, tern mais pertinencia do que eles, quer dizer, e mais central, tendo, por isso, forte<br />
efeito organizador.<br />
Com base nisso, Apotheloz afirma que os sintagmas nominais <strong>de</strong>monstrativos sac dotados<br />
<strong>de</strong> uma capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> operativa pr6pria, <strong>de</strong> vez que orientam dinamicamente os flashes <strong>de</strong> atenyao<br />
do <strong>de</strong>stinatario, e exig<strong>em</strong> que 0 referente tenha saliencia local ou cognitiva.<br />
E, portanto, para 0 procedimento <strong>de</strong>itico que converg<strong>em</strong> as nOyoes <strong>de</strong> saliencia e atenyao.<br />
Como diz Ehlich, as expressoes <strong>de</strong>iticas representam urn dos principais meios <strong>de</strong> focalizar a<br />
atenyao do <strong>de</strong>stinatario, pois "0 falante traz 0 ouvinte para 0 foco <strong>de</strong> algum el<strong>em</strong>ento<br />
especifico, diretamente acessivel, fazendo uso do espayO do ate discursivo" (Ehlich, 1982:325).<br />
Em termos <strong>de</strong> processamento cognitivo, as expressoes <strong>de</strong>fini<strong>da</strong>s, aSSlm como qualquer<br />
anaf6rico nao-indicial, mant<strong>em</strong> a continui<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> foco. Desse modo, 0 <strong>de</strong>monstrativo negritado<br />
no ex<strong>em</strong>plo abaixo ate po<strong>de</strong>ria ser trocado pe10 artigo, cumprindo a mesma retoma<strong>da</strong><br />
proposicional, mas passaria a <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penhar urn procedimento anaf6rico <strong>de</strong> manutenyao do foco<br />
<strong>de</strong> atenyao sobre 0 referente, 0 que repercutiria na arquitetura argumentativa construi<strong>da</strong> pelo<br />
falante:<br />
(173) ". Quer dizer que houve excesso <strong>de</strong> confianqa na sua<br />
capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> administrar sozinha ?<br />
ERUNDINA : Quer dizer que houve erro <strong>de</strong> interpretac;ao.<br />
Quando comecei meu governo, achei que 0 PT, por ser honesto,<br />
limpo, integra, teria 0 apoio incondicional <strong>de</strong> todo mundo. Po<strong>de</strong><br />
chamar esta atitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> ingenua, se quiser." (E 128 - entrevista <strong>de</strong><br />
jornal - NELFE)<br />
Pass<strong>em</strong>os, agora, it subc1assificayao dos r6tulos apresenta<strong>da</strong> por Francis (1994), a fim <strong>de</strong><br />
obter mais instrumentos para a diferenciayao <strong>de</strong> <strong>de</strong>iticos discursivos e anaf6ricos.