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Entretanto, nem mesmo a funyao operacional soluciona todos os problemas de discriminayao dos anaf6ricos e deiticos discursivos. Os trabalhos que trataram des sa distinyao ou se ocuparam apenas dos fen6menos gerais de deixis e anafora, como os de Buhler (1982), Benveniste (1988) e Lahud (1979); ou, reconhecendo a deixis discursiva, opuseram-na somente ao anaf6rico ele, frequentemente preso it condiyao de correferencialidade, como encontramos em Fillmore (1997), Levinson (1983) e, como veremos a seguir, tambem Ehlich (1982). Muitas express5es contendo deiticos terminam, por isso, caindo em campos de interseyao, como os exemplos (58) e (59), e, por esse motivo, carecem de uma descriyao mais criteriosa: (58) "Observa¢es: => coloque apenas um disco por vez no compartimento; => utilize somente discos com 0 sambolo abaixo." (E218instru¢es de usa - NELFE) (59) "A estrategia da nominaliza
diferencia 0 fato de que nao ordenam macro-segmentos do discurso, como frases, paragrafos, itens etc., e sim, entidades pontuais. Diremos, por isso, que tamb6m os demonstrativos este/aquele exercem procedimento deitico, cumprindo a mesma funyao metatextual sugerida por Apoth6loz (1995), a despeito de comporem expressoes anaf6ricas. Em conseqiiencia, arrefece 0 argumento de Ehlich de que deiticos e anaf6ricos tern funyoes cognitivas opostas. 0 estudo de Matras (1998) caminha para conclusoes afins. o autor nao partilha da visao de Ehlich de que as manifestayoes formais de deiticos e anaf6ricos se diferenciam em funyao de procedimentos discursivos distintos. Matras nega que a funyao de continuidade de foco referencial seja urn processo operacional especifico das anaforas, pois algumas linguas convencionam codifica-la por anaf6ricos; outras, por deiticos. A conclusao se estende ao procedimento deitico. Apresentando evidencias do romani 50 , 0 autor defende, ainda, que a funyao refocalizadora do procedimento deitico no texto representa uma ayao cognitiva em si mesma, e nao uma atividade derivada do mesmo procedimento de mostrar entidades no espayo real, conforme sugere Ehlich (1982). Nao se infira, contudo, que tais id6ias poem em xeque os pr6prios tipos de funyao operacional: 0 procedimento anaf6rico, de fato, expressa a continuidade de foco, enquanto que 0 procedimento deitico opera a refocalizayao. A proposta de Matras (1998) se at6m apenas ao correlato forma-funyao, que, com efeito, nao se revel a igual em todas as linguas. Enquanto no alemao, consoante Ehlich (1982), os demonstrativos pr6ximos e distantes, por exemplo, saD fixados pelo paradigma deitico, no hebraico pertencem ao quadro dos anaf6ricos. Alem disso, vimos, acima, que, em portugues, 0 contraste entre os demonstrativos este/aquele, que desempenham procedimento deitico, acontece entre os anaf6ricos. No romani, Matras (1998) identificou urn sistema deitico de oposiyoes, com alternancia vocalic a de formas em a (ou deixis-a) e em 0 (ou deixis-o). Propoe 0 autor que os dois grupos formais divergem em conseqiiencia do contraste entre 0 aces so perceptual (ou situacional) ao objeto de referencia e 0 acesso conceptual (ou contextual). A deixis-o, ou deixis conceptuallcontextuaZS 1 , constitui uma convencionalizayao estrutural da classe da deixis discursiva, porque individualiza entidades ja introduzidas, ou inferidas a 50 Romani: lingua falada pelos ciganos da Europa Oriental 51 "Contextual", nesta classificacao de Matras (1998), se opOe a "situacional": "0 'contexto' e, assim, usado para significar contexto estritamente lingiiistico e e, portanto, congruente com 'discurso', mas se opoe a 'situacao'." (cf. p.403)
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CORBLIN, Francis. (1985). Remarques
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JESPERSEN, O. (1922). Language: its
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MONDADA, Lorenza. (1994). Verbalisa
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