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Em busca de uma descriyao da deixis discursiva, chegamos a compreensao de que os tipos de deixis nao se disp5em num mesmo nivel dentro de uma escala de subjetividade. De urn lado, separamos os deiticos pessoais, representados pelo par eu-tu, que estabelecem a pr6pria correlayao de pessoalidade. 0 eu se prop5e como sujeito e presume algum interlocutor, tendo, portanto, transcendencia sobre ele. Os demais deiticos se op5em aos pessoais por se inc1uirem ,~--_._...• _- na categoria da nao-pessoa, e por apresentarem uma propriedade mais representativa do que intrinsecamente subjetiva. De outro lado, fora da correlayao de pessoalidade, conc1uimos que a deixis de lugar se eleva alem do nive1 das outras especies porque sup5e 0 trayo ostensivo primario de qualquer deitico de de1imitar 0 espa~o em que se localiza 0 objeto de discurso instituido peIo nome. A metafora de localizayao no tempo exprime bem a indissociabilidade das noy5es. espacial e temporal, mas tambem deixa patente a preponderancia da ideia de situar e demarcar 0 referente no universo mostrado - uma visao que reconhece nos lugares, ou campos, deiticos seu principal ponto de apoio. No ultimo grau da escala de subjetividade, colocamos a deixis discursiva, ou as especies distintas que ela abriga sob esse titulo. Apontando, as vezes, para posi95es no texto fixadas sem ambigiiidades pelo falante, a deixis discursiva se aplica a urn entomoespacio-temporal metaforizado, embora nao represente uma mera transferencia da situayao comunicativa real para a disposiyao dos conteudos no texto. Nesse sentido, mostramos que ela e subjetiva de urn outro modo, ou por urn outro meio. Os deiticos discursivos contextuais, porem, que constituem a grande malOna, desconsideram 0 ponto zero de referencia do falante e deixam de mensurar a distancia fisica em que se localiza 0 objeto. Por esse aspecto, deveriam ter grau zero de subjetividade. Entretanto, tendo em vista 0 procedimento deitico, que permite ao falante refocalizar objetos discursivos, direcionando para e1es a aten9ao do destinatario, decidimos que os deiticos discursivos contextuais tambem viabilizam 0 processo intersubjetivo da deixis, s6 que de outra maneira. Por isso pleiteamos que a deixis discursiva pertence ao quadro da deixis em geral e, por essa razao, nilo pode ser encampada pela nOyao de anafora.
Pela funyao f6rica de retomar entidades no universo do discurso, os deiticos ern geral partilham corn os anaf6ricos uma indicayao de referencialidade. Mas, enquanto as outros deiticos referem dentro do espayo extralingi.iistico, os discursivos, assim como as anaf6ricos, fazem-no dentro do contexto, e se identificam nessa habilidade. Distingue-os, contudo, 0 escopo da referencialidade, pois, enquanto a anafora retoma referentes pontuais, a debus discursiva se refere a informayoes difusas. Demonstramos, porem, que a abrangencia referencial e insuficiente, como criterio unico, para discriminar os dois fenomenos, de vez que existem certos deiticos textuais que, num processo metalingliistico, recuperam somente a forma de uma expressao, de maneira pontual. E existem certas expressoes definidas, ou seja, anaf6ricas nao-indiciais, que atuam como genuinos r6tulos de conteudos textuais, bem a semelhanya de urn dSitico discursivo. Por outro lado, nem o parametro da subjetividade e 0 procedimento dSitico san capazes de distinguir, par si s6s, anaf6ricos indiciais e dSiticos discursivos. Por isso, investigamos urn conjunto de aspectos morfol6gicos, sintaticos, semanticos e pragmatico-discursivos que nos forneceram elementos adicionais para uma descriyao das expressoes em estudo. Comprovamos que, ao contr8.riodos anaf6ricos, os dSiticos discursivos nao san correferenciais, nem co-significativos. Nao recategorizam objetos introduzidos no universo discursivo, mas estabelecem-nos como referentes, ou seja, categorizam-nos. Os deiticos textuais assinalados por pronomes circunstanciais como acima, a seguir etc parecem igualmente nomear conteudos proposicionais, instituindo-os como objetos de discurso, apesar de serem selecionados para indicar lugares no texto. Este grupo particular exige, contudo, ainda, uma analise mais acurada. Por seu poder resumidor e, por vezes, rotulador, os deiticos discursivos constituem poderosos recursos de coesao e podem dispor de grande forya argumentativa. Embora veiculem normalmente informayao velha para 0 ouvinte (com exclusao dos cataf6ricos), seu processo de identificabilidade, diversamente do que seda corn os anaf6ricos, caracteriza-se pela imprecisao das informayoes recuperadas. Reunindo todos os criterios de analise, identificamos quatro tipos de deiticos discursivos e quatro anaf6ricos indiciais correspondentes, classificados de acordo com a motivayao do elemento indicial. De modo conciso, descrevem-se da seguinte maneira:
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Apresentação Criar um acervo é r
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a deixis ad oeulos, a anafora e a d
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Note-se que a descri
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Isto e isso sao, com efeito, muito
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Em (103), e 0 pr6prio nome "hierarq
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