digitais - Programa de Pós-Graduação em Letras da UFPE - PPGL ...
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Fac;a-se a troca pelo <strong>de</strong>monstrativo essa e se percebera uma diminuic;ao, ain<strong>da</strong> que sutil,<br />
na capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> salientar 0 referente. Talvez por isso 0 pronome este seja b<strong>em</strong> menos<br />
ocorrente, pois, para nao sobrecarregar a m<strong>em</strong>6ria do <strong>de</strong>stinatario, 0 falante seleciona tao-s6 0<br />
que <strong>de</strong>ve ser apresentado como sendo <strong>de</strong> maior importancia. Isto nos leva a compreen<strong>de</strong>r por<br />
que esse (e principalmente isso) constitu<strong>em</strong> maioria significativa na amostra: e urn reflexo <strong>da</strong><br />
tentativa <strong>de</strong> reduzir urn pouco 0 grau <strong>de</strong> saliencia <strong>de</strong> que s<strong>em</strong>pre se revest<strong>em</strong> os pronomes <strong>de</strong><br />
valor <strong>de</strong>monstrativo no momento <strong>de</strong> orientar a atenc;ao do interlocutor 67 .<br />
As express5es <strong>de</strong> condicionamento contextual comparec<strong>em</strong> real mente com muita<br />
freqi.iencia tanto nos anaf6ricos quanta nos <strong>de</strong>iticos discursivos, sobretudo nestes ultimos, <strong>em</strong><br />
que se concentram os casos <strong>de</strong> "<strong>de</strong>ixis textual impura" (cf <strong>em</strong> Lyons, 1977), aquela que r<strong>em</strong>ete<br />
ao pr6prio texto e retoma conteudos proposicionais.<br />
Consi<strong>de</strong>rando a quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> maior <strong>de</strong> <strong>de</strong>iticos discursivos nesse tipo <strong>de</strong> condicionamento,<br />
po<strong>de</strong>-se afirmar que, ironicamente, eles realizam com mais intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> a func;ao que s<strong>em</strong>pre se<br />
reputou como mais caracteristica dos anaf6ricos: a <strong>de</strong> retomar enti<strong>da</strong><strong>de</strong>s ja introduzi<strong>da</strong>s no<br />
universo do discurso. Ja haviamos observado, pela leitura dos Graficos 5 e 6, que, enquanto nas<br />
express5es anaf6ricas os indiciais se distribu<strong>em</strong> mais equilibra<strong>da</strong>mente entre as diferentes<br />
motivac;5es, nos <strong>de</strong>iticos discursivos estao muito concentrados no condicionamento contextual.<br />
Essa constatac;ao tern urn significado especial para esta pesquisa, juntamente com a<br />
conclusao <strong>de</strong> que as express5es indiciais <strong>de</strong>ste grupo tern baixo grau <strong>de</strong> <strong>de</strong>itici<strong>da</strong><strong>de</strong>. Sabe-se<br />
que os pronomes <strong>de</strong> valor <strong>de</strong>monstrativo se <strong>de</strong>screv<strong>em</strong> a partir <strong>da</strong>s pessoas gramaticais e<br />
segundo 0 trac;o <strong>de</strong> proximi<strong>da</strong><strong>de</strong>/distancia. Quando, por<strong>em</strong>, passa a nao ter muita funcionali<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
no discurso 0 referencial do falante no t<strong>em</strong>po <strong>de</strong> formulac;ao, como no contraste este/esse, entao<br />
estas formas ficam abala<strong>da</strong>s <strong>em</strong> seu carater mais primariamente <strong>de</strong>itico, reduzindo, assim, seu<br />
grau <strong>de</strong> <strong>de</strong>itici<strong>da</strong><strong>de</strong> (<strong>em</strong>bora sejam utiliza<strong>da</strong>s para outro recur so <strong>de</strong> subjetivi<strong>da</strong><strong>de</strong>: a<br />
refocalizac;ao <strong>de</strong> referentes, pelo procedimento <strong>de</strong>itico). Coloqu<strong>em</strong>os <strong>em</strong> cotejo dois ex<strong>em</strong>plos<br />
<strong>de</strong> anaf6ricos e dois <strong>de</strong> <strong>de</strong>iticos discursivos, respectivamente:<br />
(123) "e as sete comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s indigenas <strong>de</strong> Pernambuco, que<br />
receberao, no Projeto, aten9ao especial. Sao elas: a tribo Xucuru, <strong>de</strong><br />
Pesqueira; a Fulni6, <strong>de</strong> "Aguas Belas; a Cambiwa, <strong>de</strong> Ibimirim e<br />
Inaja; a Pankararu, <strong>de</strong> Petrolandia e Tacaratu; a Capinawa, <strong>de</strong><br />
67 Uma outra investiga