21.04.2013 Views

digitais - Programa de Pós-Graduação em Letras da UFPE - PPGL ...

digitais - Programa de Pós-Graduação em Letras da UFPE - PPGL ...

digitais - Programa de Pós-Graduação em Letras da UFPE - PPGL ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

genero, numa totali<strong>da</strong><strong>de</strong> constante <strong>em</strong> si mesma, como "<strong>em</strong>pregador" neste ex<strong>em</strong>plo, mas ca<strong>da</strong><br />

valor, variavel quanta a sua i<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong> substancial. Nao v<strong>em</strong>os como afirmar que "ele", por esse<br />

vies <strong>de</strong> analise, tenha correferencia real com urn <strong>em</strong>pregador a ca<strong>da</strong> vez, na reali<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

substancial <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> individuo, pois nao e esta interpretayaO <strong>de</strong> individuali<strong>da</strong><strong>de</strong> - par <strong>de</strong>finiyao,<br />

oposta a <strong>de</strong> generici<strong>da</strong><strong>de</strong> - que v<strong>em</strong> a mente do <strong>de</strong>stinatario.<br />

Exigir <strong>da</strong> anafora 0 trayo <strong>de</strong> correferencia po<strong>de</strong> mesmo conduzir a serios impasses, como<br />

o <strong>da</strong> caracterizavao <strong>de</strong> certos usos do pronome pessoal <strong>de</strong> terceira pessoa. Levinson (1983),<br />

baseado numa situar;ao ja reanalisa<strong>da</strong> por Lyons (1977), e por outros, chega a conceber 0<br />

pronome obliquo do ex<strong>em</strong>plo seguinte como <strong>de</strong>itico discursivo, pela simples ausencia <strong>da</strong><br />

quali<strong>da</strong><strong>de</strong> correferencial, que 0 autor sup5e muito propria <strong>da</strong> anafora:<br />

'0 hom<strong>em</strong> que <strong>de</strong>u seu cheque-sabirio para sua mulher era mais<br />

sensato do que aquele que 0 <strong>de</strong>u para sua camareira.' Neste caso, 0 pronome 0<br />

roo e correferencial com seu cheque-salano C.. ). Talvez se possa dizer que 0<br />

pronome se refere com sucesso par meio <strong>de</strong> uma referencia <strong>de</strong>itico-discursiva<br />

a urn SN anterior (Levinson, 1983:86-87).<br />

o obliquo acima nao partilha, por<strong>em</strong>, <strong>da</strong>s caracteristicas comuns aos <strong>de</strong>iticos discursivos;<br />

representa, antes, uma retoma<strong>da</strong> parcial do referente, correspon<strong>de</strong>nte a urn "recorte" do<br />

sintagma. Apenas por uma questao <strong>de</strong> "comodi<strong>da</strong><strong>de</strong> gramatical"38, aproveita-se <strong>de</strong>le somente a<br />

forma e 0 significado do nucleo, para realizar uma outra referenciayao.<br />

Corblin (1985) cita urn ex<strong>em</strong>plo s<strong>em</strong>elhante para mostrar que a i<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong> referencial (ou<br />

correferencia) nao correspon<strong>de</strong> a uma categoria <strong>da</strong> lingua, e que anafora e i<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

referencial sac duas nOyoes aut6nomas:<br />

(43) "Maria pes seu salario no banco e Jeane 0 gastou logo."<br />

(Corblin, 1985: 177)<br />

Milner (1982) consi<strong>de</strong>raria ocorrencias assim como casos <strong>de</strong> correferencia apenas virtual.<br />

Mas admitir a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> que tais pronomes sac co-significativos com 0 SN-fonte (do mesmo<br />

modo que acontece com "0 <strong>em</strong>pregador" e "ele", acima) e toma-los como vazios, como se<br />

assumiss<strong>em</strong> 0 significado do sintagma nominal que recuperam, conforme prop5e 0 autor.<br />

38 Leia-se, sobre isso, a opiniao <strong>de</strong> Lyons: "Sob a interpreta((ao<strong>de</strong> (15) que nos interessa aqui, 0 pronome '0' roo<br />

e correferencial com 'seu cheque-salano'; e nao havia nenhuma men~o previa a enti<strong>da</strong><strong>de</strong> a qual '0' se refere. Para<br />

a a:n:llise<strong>de</strong> (15), Partee (1973) propoe 0 tratamento que, seguindo Geach (1962), chama <strong>de</strong> 'pronomes <strong>de</strong><br />

comodi<strong>da</strong><strong>de</strong>'. :It caracteristica dos pronomes <strong>de</strong> 'comodi<strong>da</strong><strong>de</strong>' po<strong>de</strong>r<strong>em</strong> ser substituidos por e:x:pressoes<br />

i<strong>de</strong>nticas, mas nao necessariamente correferenciais, as expressoes antece<strong>de</strong>ntes." (Lyons, 1977:674 - negrito<br />

nosso).

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!