21.04.2013 Views

digitais - Programa de Pós-Graduação em Letras da UFPE - PPGL ...

digitais - Programa de Pós-Graduação em Letras da UFPE - PPGL ...

digitais - Programa de Pós-Graduação em Letras da UFPE - PPGL ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Pronomes <strong>de</strong>monstrativos, circunstanciais <strong>de</strong> t<strong>em</strong>po e lugar, pronomes pessoais e artigos,<br />

assim como formas <strong>de</strong> sufixos flexionais agregados a radicais <strong>de</strong> verbos, constitu<strong>em</strong> <strong>de</strong>iticos,<br />

portanto, mas 0 universo dos <strong>de</strong>iticos nao se restringe, naturalmente, a tais el<strong>em</strong>entos.<br />

Dev<strong>em</strong>os esclarecer que 0 que t<strong>em</strong>os admitido como expressao <strong>de</strong>itica inclui os pronomes<br />

<strong>de</strong>mon strativo s, circunstanciais e certas palavras <strong>em</strong> funvao adjetiva com 0 mesmo valor<br />

<strong>de</strong>monstrativo, al<strong>em</strong> <strong>de</strong> consi<strong>de</strong>rar tamb<strong>em</strong> os sintagmas nominais que as cont<strong>em</strong>, como "essa<br />

situavao, aquele probl<strong>em</strong>a" etc. To<strong>da</strong>via, exclui os pronomes pessoais <strong>de</strong> terceira pessoa<br />

(exceto quando funcionam <strong>de</strong>iticamente, como no ex<strong>em</strong>plo (29) abaixo), pelos motivos ja<br />

fartamente explicitados anteriormente, e os artigos, por nao pressupor<strong>em</strong> a distancia <strong>em</strong> relavao<br />

ao sujeito.<br />

E born atentar, ain<strong>da</strong>, por outro lado, para 0 flSCO <strong>de</strong> se reconhecer urn termo como<br />

anaf6rico restritivamente por seu valor pronominal, como se po<strong>de</strong>ria, mais uma vez, <strong>de</strong>duzir<br />

equivoca<strong>da</strong>mente do que se Ie na <strong>de</strong>finivao <strong>de</strong> anaforico, no mesmo dicionario supracitado:<br />

Diz-se que urn pronomc pessoal on <strong>de</strong>monstrativo e anaforico<br />

quando ele se refere a urn sintagma nominal anterior ou a urn sintagma<br />

nominal que se segue, como p. ex. ° e aquete <strong>em</strong> Esse artigo, eu 0 escrevi<br />

<strong>em</strong> dois dias e Aprecio AQUELE que jata jrancamente. Esse <strong>em</strong>prego<br />

anaf6rico se op5e ao <strong>em</strong>prego <strong>de</strong>itico do <strong>de</strong>monstrativo, como nas frases:<br />

Prefiro esta gravata aqueta, Eta esta surpresa (eta referindo-se a uma pessoa<br />

presente, mas nao <strong>de</strong>nomina<strong>da</strong> anteriormente). (Dubois et alii, 1993:46 -<br />

negrito nosso).<br />

o que t<strong>em</strong>os aceitado como anaf6rico se obt<strong>em</strong> a partir <strong>de</strong> varios expedientes linguisticos,<br />

como a mera repetil;ao <strong>de</strong> urn vocabulo, a co-significal;ao, a hiponimia/hiperonimia, a<br />

associavao, a aspectualizac;ao etc. e tamb<strong>em</strong> a pronominalizac;ao. Al<strong>em</strong> disso, 0 criterio que<br />

<strong>de</strong>fine urn anaf6rico nao po<strong>de</strong> encerrar-se na retoma<strong>da</strong> <strong>de</strong> referentes no contexto anterior ou<br />

posterior, uma vez que tamb<strong>em</strong> os <strong>de</strong>iticos discursivos funcionam <strong>de</strong>ssa maneira. N<strong>em</strong><br />

tampouco se po<strong>de</strong> <strong>de</strong>finir urn <strong>de</strong>itico pela r<strong>em</strong>issao a objetos extralingliisticos, sob pena <strong>de</strong><br />

expungir <strong>da</strong> classe os <strong>de</strong>iticos discursivos.<br />

A diferenl;a entre <strong>de</strong>iticos e anaf6ricos se toma, as vezes, muito sutil. Costuma-se dizer<br />

que, enquanto 0 <strong>de</strong>itico aponta para a situavao real <strong>de</strong> comunicac;ao, 0 anaf6rico r<strong>em</strong>ete apenas<br />

ao ambiente do texto. Mas sab<strong>em</strong>os que esse criterio e reinterpretado na perspectiva do campo<br />

<strong>de</strong>itico textual quando se consi<strong>de</strong>ram os <strong>de</strong>iticos discursivos, <strong>de</strong> maneira que a separal;ao entre<br />

os dois se faz particularmente dificil.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!