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portugues instrumental - Universidade Federal do Pará

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Português Instrumental | Paragrafan<strong>do</strong>: por que, como, quan<strong>do</strong><br />

126 CEDERJ<br />

Primeiramente numeramos os parágrafos para melhor visualização<br />

(em um trecho curto como esse talvez não fosse necessário, mas,<br />

certamente, é de muita valia para um trecho longo ou mesmo para<br />

um livro inteiro; em edições críticas de obras literárias e científicas é<br />

comum a<strong>do</strong>tar esse procedimento). Excluímos o título por este não<br />

fazer parte <strong>do</strong> “corpo” <strong>do</strong> texto, como costumam dizer. Passemos à<br />

análise propriamente dita.<br />

O primeiro parágrafo claramente introduz o leitor à estória, ou na estória,<br />

se preferirem (ou, ainda, introduz a estória ao leitor). Nele o narra<strong>do</strong>r<br />

apresenta um substantivo próprio (Espigão), faz um julgamento de valor<br />

a seu respeito (“Pior fazenda que a <strong>do</strong> Espigão...”, e conta um pouco<br />

de sua história (“Já arruinara três <strong>do</strong>nos”). Estamos, pois, no início de<br />

algo que está para ser conta<strong>do</strong>, para ser desenvolvi<strong>do</strong>. É, em suma, um<br />

parágrafo introdutório, onde as idéias ainda estão em gérmen.<br />

O segun<strong>do</strong> parágrafo desenvolve uma das idéias contidas no primeiro<br />

– a ruína <strong>do</strong>s <strong>do</strong>nos da malfadada fazenda –, dan<strong>do</strong> nome a um deles<br />

(David Moreira de Souza), relatan<strong>do</strong> sua desgraça, enfileiran<strong>do</strong>-no no<br />

rol <strong>do</strong>s “praguentos”, e assim confirman<strong>do</strong> a praga.<br />

O terceiro parágrafo pode ser classifica<strong>do</strong> como descritivo. Ele<br />

também desenvolve uma idéia contida no primeiro parágrafo, e se faz<br />

absolutamente necessário, pois que reforça a crença que já ia toman<strong>do</strong><br />

forma em nós, leitores, de que a fazenda era uma “espiga”.<br />

Finda a análise <strong>do</strong> trecho que escolhemos como exemplo, a justificação<br />

para sua subdivisão em parágrafos torna-se apenas uma conseqüência<br />

lógica. O primeiro parágrafo é introdutório e termina com uma<br />

expressão contundente que o afasta <strong>do</strong> to<strong>do</strong> <strong>do</strong> texto (“Espiga é o<br />

que aquilo é!”), e que o encerra em uma unidade própria. O segun<strong>do</strong><br />

desenvolve uma das idéias contidas no primeiro (a de que os três<br />

<strong>do</strong>nos daquela fazenda foram uns desafortuna<strong>do</strong>s) e é conseqüência<br />

deste. O terceiro reforça uma idéia contida no primeiro e desenvolvida<br />

no segun<strong>do</strong> através de uma descrição <strong>do</strong> local a que o texto vinha se<br />

referin<strong>do</strong> desde o princípio. A fazenda é de fato uma lástima e aqueles<br />

que nela habitam e dela dependem são uns desgraça<strong>do</strong>s (menos as<br />

ervas daninhas e os cupins!).<br />

Fazenda <strong>do</strong> Espigão.

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