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portugues instrumental - Universidade Federal do Pará

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segun<strong>do</strong>, bem poderiam ser personagens de um romance, não lhe parece?<br />

E muitas vezes o foram: em poesias, ane<strong>do</strong>tas, piadas, folhetos de cordel,<br />

novelas e até romances. Isso para não falarmos em um gênero literário<br />

denomina<strong>do</strong> romance histórico: tipo de narrativa que tem por pano de<br />

fun<strong>do</strong> uma época passada em que se espera certa fidelidade aos fatos<br />

históricos, à descrição das paisagens e das relações sociais, tais como<br />

se apresentavam. Dos historia<strong>do</strong>res podemos falar a mesma coisa: não<br />

seriam eles escritores também? Não seria, ao final, tu<strong>do</strong> literatura?<br />

Muitíssimas vezes o que mais importa na hora de narrar um<br />

fato, aconteci<strong>do</strong> ou inventa<strong>do</strong> (ou ambos), não é o fato em si mesmo,<br />

mas “como” e “de onde” se narra. Um mesmo acontecimento pode<br />

virar poesia na imaginação de um, estória pela boca de outro, ciência<br />

pelos punhos de aqueloutro, arma pelas mãos de outrem. Daí podemos<br />

questionar se a distinção entre cultura oficial e não-oficial faz senti<strong>do</strong><br />

ou, ainda, se qualquer hierarquização <strong>do</strong>s conhecimentos <strong>do</strong> homem<br />

– sobre sua espécie, seu meio, seu mun<strong>do</strong> material e imaterial – é<br />

justificável. Parece-nos que não. Fizê-mo-la com fins didáticos, como<br />

etapa da história que estamos construin<strong>do</strong> juntos. Separamos o que,<br />

enfim, se apresenta como dissocia<strong>do</strong>, porque o homem, é sabi<strong>do</strong>, tem<br />

a<strong>do</strong>ração pela hierarquia, pela diferença verticalmente ordenada, e não<br />

horizontalmente – como deveria ser. Há diferenças significativas entre<br />

os diversos mo<strong>do</strong>s de conhecer o mun<strong>do</strong> e a nós mesmos, diferenças<br />

estas a serem exploradas por méto<strong>do</strong>s mais precisos e menos simplistas<br />

que os da hierarquização. Neste senti<strong>do</strong>, contar uma estória é contar a<br />

história: é arte, é ciência.<br />

!<br />

Se tiver dúvidas neste ponto, volte à definição de História dada por Nelson Werneck<br />

Sodré, reproduzida ao início desta aula.<br />

CEDERJ 69<br />

AULA 4<br />

MÓDULO 1

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