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portugues instrumental - Universidade Federal do Pará

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Luís da Câmara Cascu<strong>do</strong><br />

Nasceu em Natal, a 30 de dezembro de 1898.<br />

Formou-se em direito pela Faculdade de Direito<br />

<strong>do</strong> Recife. Foi professor, jornalista, folclorista,<br />

etnógrafo, historia<strong>do</strong>r, crítico literário, ensaísta,<br />

advoga<strong>do</strong>, deputa<strong>do</strong> estadual, entre outras<br />

coisas. Publicou quase duas centenas de livros,<br />

alguns <strong>do</strong>s quais extremamente importantes<br />

para se conhecer o Brasil e as suas gentes:<br />

O Marquês de Olinda e seu tempo; Viajan<strong>do</strong><br />

o sertão; Vaqueiros e canta<strong>do</strong>res; Antologia <strong>do</strong> folclore brasileiro; Contos<br />

tradicionais <strong>do</strong> Brasil; Geografia <strong>do</strong>s mitos brasileiros; História da Cidade <strong>do</strong><br />

Natal; Os holandeses no Rio Grande <strong>do</strong> Norte; Anubis e outros ensaios; Literatura<br />

oral no Brasil; Dicionário <strong>do</strong> folclore brasileiro; Jangada; Rede de <strong>do</strong>rmir; Made in<br />

África; História da alimentação no Brasil; Sociologia <strong>do</strong> açúcar; Tradição, ciência<br />

<strong>do</strong> povo; História <strong>do</strong>s nossos gestos; Superstição no Brasil. Câmara Cascu<strong>do</strong><br />

nunca aceitou ser chama<strong>do</strong> de “folclorista”, o que muito lhe aborrecia: “Faço<br />

questão de ser trata<strong>do</strong> por esse vocábulo que tanto amei: professor. Os jornais,<br />

na melhor ou na pior das intenções, me chamam folclorista. Folclorista é a puta<br />

que os pariu. Eu sou um professor. Até hoje minha casa é cheia de rapazes me<br />

perguntan<strong>do</strong>, me consultan<strong>do</strong>”. Aquilo que o professor Cascu<strong>do</strong> ensinava e<br />

estudava não se aprendia nas universidades, fato que ele mesmo atesta: “Porque,<br />

há mais de sessenta anos, estu<strong>do</strong> os mesmos motivos. Porque tenho amor a eles.<br />

Eu pesquisava nos criouléus, nas praias, nas feiras, nos merca<strong>do</strong>s. A cidade foi a<br />

minha universidade.” O escritor Carlos Drummond de Andrade, numa crônica<br />

que escrevera em 1987, traçara o perfil de Câmara Cascu<strong>do</strong> deste mo<strong>do</strong>:<br />

– Já consultou o Cascu<strong>do</strong>? O Cascu<strong>do</strong> é quem sabe. Me traga aqui o Cascu<strong>do</strong>.<br />

O Cascu<strong>do</strong> aparece, e decide a parada. To<strong>do</strong>s o respeitam e vão por êle. Não é<br />

pròpriamente uma pessoa, ou antes, é uma pessoa em <strong>do</strong>is grossos volumes,<br />

em forma de dicionário que convém ter sempre à mão, para quan<strong>do</strong> surgir<br />

uma dúvida sôbre costumes, festas, artes <strong>do</strong> nosso povo. Êle diz tintim-portintim<br />

a alma <strong>do</strong> Brasil em suas heranças mágicas, suas manisfestações rituais,<br />

seu comportamento em face <strong>do</strong> mistério e da realidade comezinha. Em vez<br />

de falar Dicionário Brasileiro poupa-se tempo falan<strong>do</strong> “o Cascu<strong>do</strong>”, seu autor,<br />

mas o autor não é só dicionário, é muito mais, e sua bibliografia de estu<strong>do</strong>s<br />

folclóricos e históricos marca uma bela vida de trabalho inseri<strong>do</strong> na preocupação<br />

de “viver” o Brasil.<br />

Câmara Cascu<strong>do</strong> faleceu em Natal, no dia 30 de julho de 1986.<br />

É provável que você nunca tenha ouvi<strong>do</strong> falar em literatura<br />

oral. No entanto, já deve ter escuta<strong>do</strong> uma estória sen<strong>do</strong> contada pela<br />

boca de alguém; já dançou em roda ao som de músicas cuja autoria é<br />

desconhecida; foi embalada(o) por cantigas de ninar. E teve, ao longo de<br />

sua vida, outras tantas experiências dessa natureza. Consoante Câmara<br />

Cascu<strong>do</strong>, há duas fontes que “mantêm viva” a literatura oral:<br />

Uma exclusivamente oral, resume-se na estória, no canto popular<br />

e tradicional, nas danças de roda, danças cantadas, danças<br />

CEDERJ 65<br />

AULA 4<br />

MÓDULO 1

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