portugues instrumental - Universidade Federal do Pará
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LER E OUVIR UM TEXTO<br />
Se você encontrou dificuldades em fazer a Atividade 1, isso<br />
talvez se deva ao fato de que cotidianamente não estamos acostuma<strong>do</strong>s<br />
a analisar textos que lemos ou a encontrar neles justificativas para coisas<br />
que já existem e que, portanto, não precisam de justificativa. Ou seja, os<br />
textos lá estão, com suas paragrafações próprias, e nós aqui, tentan<strong>do</strong><br />
entendê-las e justificá-las. O fato é que fazemos isso com um objetivo<br />
bem claro: analisar o texto de outros é um exercício para o nosso ato de<br />
escrever. Uma vez que possamos compreender a “lógica”, o méto<strong>do</strong> ou<br />
o estilo de determina<strong>do</strong>s autores, teremos em mãos alguns instrumentos<br />
que, se pudermos nos apropriar deles, servir-nos-ão a nossos propósitos.<br />
Que você não pense que estamos lhe estimulan<strong>do</strong> ao plágio! Até porque<br />
muitos <strong>do</strong>s procedimentos utiliza<strong>do</strong>s por escritores são universais.<br />
A sua dificuldade pode ter si<strong>do</strong> mais sutil. Ler um texto difere de<br />
analisá-lo, principalmente um texto literário. Ao lermos um romance ou<br />
um conto, geralmente, estamos preocupa<strong>do</strong>s com a estória que está sen<strong>do</strong><br />
contada. Ficamos atentos aos personagens, aos diálogos, às paisagens que<br />
vêm se “desenhar” defronte aos nossos olhos. No entanto, as personagens<br />
falam, exprimem suas opiniões através da pena <strong>do</strong> escritor; enxergamos o<br />
mun<strong>do</strong> lhes toman<strong>do</strong> emprestada a visão, os preconceitos, os vícios e as<br />
virtudes; às vezes aprendemos um pouco de história, geografia, linguagem<br />
e costumes de locais distantes no tempo e no espaço. Tu<strong>do</strong> isso também<br />
se faz presente ao lermos um texto “teórico”. Não é por ser teórico que<br />
o texto não é literatura. Fala-se com bastante freqüência em “literatura<br />
científica”, “literatura pedagógica”, “literatura sociológica”, esses termos<br />
significan<strong>do</strong> o conjunto de textos pertencentes a este ou àquele ramo <strong>do</strong><br />
saber. O que se alterna, sempre, mais <strong>do</strong> que a finalidade ou a filiação<br />
<strong>do</strong>s textos, é o leitor e a leitura que este empreende. Ouvir o que um<br />
texto fala, atentan<strong>do</strong> às nuanças de tom, timbre, intensidade, duração,<br />
repetição, é precondição de qualquer análise. Quanto a isso, pouca<br />
diferença faz se o texto é acadêmico, jornalístico, poético, pedagógico<br />
etc. Até porque, no mais das vezes, os textos de real valor são muitas<br />
dessas coisas ao mesmo tempo. Temos, como leitores ciosos de nossas<br />
necessidades, que aprender a ler para além <strong>do</strong>s rótulos, escutan<strong>do</strong> o que<br />
cada texto tem a nos dizer.<br />
CEDERJ 127<br />
AULA 9<br />
MÓDULO 2