portugues instrumental - Universidade Federal do Pará
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Português Instrumental | O que é interpretar textos?<br />
42 CEDERJ<br />
queren<strong>do</strong> dizer. É difícil assimilar muitas idéias de uma só vez; portanto,<br />
utilize os três eixos para cumprir esse objetivo.<br />
Sugerimos que você comece seu artigo com um parágrafo que<br />
introduza o leitor ao contexto, ou seja, explique de que se trata, <strong>do</strong><br />
que você está falan<strong>do</strong> (é ciência, é religião, é literatura ou telenovela?),<br />
de quem você está falan<strong>do</strong> etc. Nesse momento, você pode utilizar as<br />
informações biográficas sobre o autor em questão, mas elas não são<br />
estritamente necessárias; entretanto, é imprescindível que você forneça<br />
a seu leitor o nome <strong>do</strong> autor e da obra que você utilizou para chegar<br />
às suas conclusões. Sem essas informações básicas, quem for ler o<br />
que você escreveu vai ficar desnortea<strong>do</strong>. Tente, na introdução, NÃO<br />
enumerar simplesmente os da<strong>do</strong>s como, por exemplo, “O texto é de<br />
Mário de Andrade, é um conto, ele era um intelectual etc”. Arrume essas<br />
informações com mais cuida<strong>do</strong>.<br />
Nos parágrafos subseqüentes, procure desenvolver suas idéias (você<br />
já deve estar enjoa<strong>do</strong>(a) de ouvir isso tantas vezes!) ten<strong>do</strong> por base<br />
os três eixos que lhe sugerimos. Nessa fase da produção textual, você<br />
deve embasar seus argumentos valen<strong>do</strong>-se <strong>do</strong> pensamento <strong>do</strong> autor<br />
e de seus textos, objetos de sua interpretação. Você pode sustentar<br />
seu argumento comentan<strong>do</strong> uma passagem das entrevistas. Se<br />
preferir, pode citar diretamente um trecho da entrevista para embasar<br />
seu argumento: “Mário teve sempre por preocupação fundamental<br />
fazer com que sua arte se conectasse com o povo, preocupação essa<br />
claramente norteada por uma ‘noção proletária da arte’.” Em alguns<br />
momentos, você não poderá escapar de citar o autor para exemplificar<br />
o que está dizen<strong>do</strong>, como, por exemplo, na hora de articular o eixo “c”<br />
com o eixo “a”. Para provar que Mário tinha a preocupação de “escrever<br />
brasileiro”, você deverá extrair de seu conto alguns exemplos que<br />
expressem essa preocupação. Se não conseguir fazer isso agora, volte<br />
ao texto e releia-o várias vezes; podemos lhe afirmar que encontrará<br />
o de que precisa.<br />
No parágrafo final, arrisque algumas conclusões, amarre algumas idéias<br />
de mo<strong>do</strong> a que pareçam prontas. Tenha o cuida<strong>do</strong>, apenas, de não<br />
dizer coisas que fariam com que Mário se “revirasse em seu caixão”,<br />
quer dizer, tente interpretar de acor<strong>do</strong> com o que leu, evitan<strong>do</strong>, desse<br />
mo<strong>do</strong>, as “interpretoses”.