portugues instrumental - Universidade Federal do Pará
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Português Instrumental | O que é interpretar textos?<br />
34 CEDERJ<br />
Como conseqüência <strong>do</strong> que acabamos de dizer, temos mais<br />
uma característica <strong>do</strong> trabalho de interpretação: a seleção e a escolha<br />
criteriosa das idéias e associações que produzimos a partir de um texto.<br />
Se o primeiro estágio <strong>do</strong> trabalho interpretativo é associar idéias o mais<br />
livremente possível, o segun<strong>do</strong> estágio consiste, justamente, em selecionar<br />
uma ou mais dessas idéias para, em seguida, desenvolvê-las. Seria muito<br />
trabalhoso e improdutivo tentar desenvolver todas as idéias que, no estágio<br />
preliminar, vêm à cabeça. Portanto, a partir de uma clivagem, de uma<br />
seleção, vamos caminhan<strong>do</strong>, pouco a pouco, para o objetivo de colocar<br />
no papel, ordenada e criteriosamente, o senti<strong>do</strong> – ou os senti<strong>do</strong>s – a que<br />
chegamos após a leitura de um texto. Como proceder nessa seleção? Nosso<br />
produto fi nal, o texto escrito, tem relação direta com o objetivo que nos<br />
levou a produzi-lo. Ou seja, antes de escolhermos as idéias, devemos nos<br />
perguntar: Para que eu estou escreven<strong>do</strong>? Com que objetivo? Para quem?<br />
O que eu quero com isso? O que esperam que eu escreva?<br />
Daremos algumas diretrizes, a fim de melhor ilustrar o que<br />
entendemos por escolha e seleção de idéias, e faremos algumas atividades<br />
para tornarmos esse processo o mais natural e “in<strong>do</strong>lor” possível.<br />
ATIVIDADE<br />
4. Leia atentamente o texto seguinte e depois faça o que se pede:<br />
Tanto andam agora preocupa<strong>do</strong>s em defi nir o conto que não sei<br />
bem se o que vou contar é conto ou não, sei que é verdade. Minha<br />
impressão é que tenho ama<strong>do</strong> sempre... Depois <strong>do</strong> amor grande por<br />
mim que brotou aos três anos e durou até os cinco mais ou menos,<br />
logo o meu amor se dirigiu para uma espécie de prima longínqua que<br />
freqüentava a nossa casa. Como se vê, jamais sofri <strong>do</strong> complexo de<br />
Édipo, graças a Deus. Toda a minha vida, mamãe e eu fomos muito<br />
bons amigos, sem nada de amores perigosos.<br />
Maria foi meu primeiro amor. Não havia nada entre nós, está claro,<br />
ela como eu nos seus cinco anos apenas, mas não sei que melancolia<br />
nos tomava, se acaso nos achávamos juntos e sozinhos. A voz baixava<br />
de tom, e principalmente as palavras é que se tornavam mais raras,<br />
muito simples. Uma ternura imensa, fi rme e reconhecida, não exigin<strong>do</strong><br />
nenhum gesto. Aquilo aliás durava pouco, porque logo a criançada<br />
chegava. Mas tínhamos então uma raiva impensada <strong>do</strong>s manos e <strong>do</strong>s<br />
primos, sempre exteriorizada em palavras ou mo<strong>do</strong>s de irritação. Amor<br />
apenas sensível naquele instinto de estarmos sós.<br />
Você deve, primeiramente, descrever, em poucos itens (não mais que cinco),<br />
algumas características <strong>do</strong> texto que lhe tenham chama<strong>do</strong> a atenção. Em<br />
seguida, procure responder: