ANUNCIATA E SEU HUMOR - CES/JF

Là-dessus, au fond des forêts
Le loup l’emporte, et puis le mange,
Sans autre forme de procès (LA FONTAINE, 1958, p.62-63).
O lôbo e o cordeiro
Na límpida corrente de um ribeiro
Mata a sêde um cordeiro.
Chega um lôbo em jejum que a fome atiça,
A farejar carniça.
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“Ousas turvar-me as águas, malcriado?”
(Uiva o lôbo irritado).
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CORDEIRO
“Rogo, senhor, a Vossa Majestade,
E com tôda a humildade,
Que não se zangue com seu pobre servo;
Pois, respeitoso, observo
Que embaixo e no declive estou bebendo,
E a água vem descendo”.
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“Turvas (retruca o bárbaro animal):
Demais, falaste mal,
Há seis meses, de mim”.
CORDEIRO
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“Não é verdade;
Conto só três de idade;
Não tinha inda nascido”.
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LÔBO
“Pois então
Falou um teu irmão”.
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CORDEIRO
“Não o tenho”.
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LÔBO
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