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estado de união praticamente absoluto até a resolução em um disjuntivo ele – ela.<br />
Não se trata, portanto, de um pequeno pulo, mas sim de um árduo percurso que vai<br />
de um extremo a outro e, entre tais extremos, deve-se pensar num conectivo.<br />
Em termos de objeto podemos posicionar assim a escalada pessoal: objetos<br />
subjetivamente percebidos, objetos transicionais (possessão não-eu) e objetos<br />
objetivamente percebidos ( mãe = ela ). Neste sentido, o trajeto entre subjetividade e<br />
objetividade é "o processo através do qual é propiciada a oportunidade para a ilusão<br />
e a desilusão gradativa" ( WINNICOTT, 1978, p.404 ).<br />
Se é dada ao bebê a capacidade de fazer uso de um símbolo de união, então<br />
ele se permite uma separação ponto-por-ponto e se beneficia dela. "Este é o local<br />
que me dispus a examinar, a separação que não é uma separação, mas uma forma<br />
de união" (WINNICOTT,1975,p.136 ).<br />
Dizer que o bebê caminha da experiência de onipotência para a experiência<br />
cultural é dizer que ele avança da dependência absoluta para uma espécie de<br />
independência, expressa pelo acesso à distinção eu — não-eu. Nesse sentido,<br />
quando se encontra com o mundo dos objetos compartilhados isto significa que<br />
entra em contato com os códigos culturais. O modo como tal coisa se dá é que faz a<br />
diferença.<br />
O momento inicial em que experimenta o mundo como plenamente adaptado<br />
a seus anseios (experiência de onipotência), gradualmente se converte numa co-<br />
operação com o mundo, complementando-o com sua aptidão adaptativa e<br />
propiciando as oportunidades para tanto; envolvendo-se com ele, num contrato onde<br />
eu e não-eu se aliciam numa possessão paradoxal não-eu/eu e, finalmente, após<br />
testá-lo e testá-lo pelo uso, e constatada sua consistente sobrevivência como mundo<br />
não-eu, mergulha no mundo como herança de conquistas múltiplas (experiência<br />
cultural), oriunda da multiplicidade dos sujeitos, sendo o todo maior que as partes,<br />
mas não independente delas.<br />
O fundamental nesse processo é que o mundo está sempre em condição de<br />
parceria, propiciando e acatando acréscimos pessoais. Nesse mundo, o sujeito vive<br />
criativamente e se torna, um dia, um adulto saudável. Onde isto não existe, o mundo<br />
impõe ao sujeito um modo preconizado de ser e lhe dá como alternativa apenas a<br />
aquiescência, a submissão como única forma ser-estar nele:<br />
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