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ANUNCIATA E SEU HUMOR - CES/JF

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Desde esse passo primeiro, já se estabelecem os laços entre a teoria<br />

freudiana do riso – a única descrita neste trabalho – e o lugar de absoluto e evidente<br />

destaque que assume na produção de Millôr Fernandes. E, para tanto, cabe o<br />

aparente paradoxo de denominar como conclusões introdutórias a trama que as<br />

reúne num só tecido, explicitando os movimentos do tear.<br />

O que se segue é a exposição – necessariamente sumária embora não<br />

reducionista – de todo o escopo das formulações de Freud, partindo dos chistes e<br />

suas modalidades, atravessando os expedientes cômicos, até atingir a rebuscada<br />

arquitetura do Humor propriamente dito.<br />

Eis do que se trata a seguir.<br />

2.1 CONCLUSÕES INTRODUTÓRIAS<br />

Há numerosos trabalhos dedicados ao riso, segundo inscrições várias —<br />

filosóficas, históricas, antropológicas, literárias, e tantas outras —, de maior ou<br />

menor vulto e expressão, consagrados ou não pelo tempo conforme critérios<br />

múltiplos. Logo, num estudo sobre o Humor, alguma escolha se impõe e de acordo<br />

com um critério específico.<br />

A teoria aqui privilegiada é a da psicanálise freudiana. Na verdade é a única<br />

que participa deste estudo sobre Millôr Fernandes quando se trata de estabelecer os<br />

fundamentos e as arquiteturas do riso, e isto por dois motivos: primeiro por<br />

estabelecer o devido lugar do Humor neste exclusivo ato humano, situando-o numa<br />

posição específica frente ao chiste (ou ditos espirituosos) e ao cômico e seus<br />

formatos; segundo porque Millôr não só a aceita sem restrições, bem como chega a<br />

avalizá-la ponto por ponto.<br />

Pareceria, à primeira e rápida vista, uma impropriedade aproximar<br />

demasiadamente Freud e Millôr, quando vários dos textos deste são francamente<br />

críticos quanto ao valor da psicanálise. Mas, adiante, procuraremos demonstrar que<br />

tal alvo não diz respeito senão ao emprego terapêutico das descobertas freudianas.<br />

E, quanto a isto ele não está tão distante assim de observações do próprio Freud.<br />

De fato, Millôr não faz sequer menção de poupar a psicanálise freudiana<br />

como procedimento terapêutico — suas contundentes apreciações pretendem, de<br />

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