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Amigos Leitores - Intervenção urbana

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das possibilidades de comunicação entre máquina e máquina,… torna viável<br />

uma nova era de automatização" (Wiener, 1954: 153).<br />

Como Wiener bem apontou, o novo estudo dos autômatos estava<br />

emergindo juntamente com uma nova ciência de comunicações e controle -<br />

a Cibernética: uma ciência que propôs uma visão completamente nova do<br />

corpo humano e de suas relações com o mundo orgânico e com o mundo<br />

das máquinas. Um novo conjunto de analogias estava não só estabelecendo<br />

conexões, através de uma série de correspondências formais, entre o corpo<br />

humano, concebido como um sistema nervoso, e a máquina, concebida<br />

como um organismo comunicador, mas também estava projetando os meios<br />

para a ligação automática de máquina para máquina por meio de uma<br />

mesma linguagem de comunicação.<br />

Como de costume, Wiener nos dá uma boa representação do poder e da<br />

elegância austera do pensamento analógico subjacente á cibernética e seu<br />

novo ramo de antropomorfismo quando argumentou que:<br />

Embora seja impossível fazer qualquer declaração universal a respeito dos<br />

automata capaz de rivalizar com as permitidas por um campo que está<br />

crescendo rapidamente, como é este da automatização, há algumas<br />

características gerais dessas máquinas tal como realmente existem que eu<br />

gostaria de enfatizar. Uma é que elas são máquinas para efetuarem alguma<br />

tarefa ou definições de tarefas, e por isso devem possuir órgãos operacionais<br />

(análogos aos braços e pernas dos seres humanos) com os quais tais tarefas<br />

podem ser efetuadas. O segundo ponto é que elas devem estar en rapport<br />

com o mundo externo por órgãos sensoriais, tais como células fotoelétricas e<br />

termômetros, que não apenas dizem a elas quais são as circunstâncias<br />

existentes, mas permitem que elas gravem as performance ou nãoperformance<br />

das suas próprias tarefas. Esta última função… é chamada de<br />

feedback, a propriedade de estar habilitado a ajustar as futuras condutas as<br />

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performances passadas. O feedback pode ser tão simples quanto a de um<br />

simples reflexo, ou pode ser um feedback de ordem mais complexa, no qual<br />

a experiência passada é usada não apenas para regular movimentos<br />

específicos, mas também políticas de comportamento inteiras. Tal política de<br />

feedback pode aparentar ser, por um lado, como freqüentemente o faz, o<br />

que nós conhecemos como reflexo condicionado e, de outro, como<br />

aprendizado.<br />

Para todas essas formas de comportamento, e particularmente para os mais<br />

complicados, nós devemos ser os órgãos centrais de decisão, os que<br />

determinam o que a máquina deve fazer a seguir, com base na base de<br />

informação retroalimentada que ela guarda por meios análogos aos da<br />

memória de um organismo vivo. (Wiener, 1954: 32-3)<br />

O autômato cibernético wieneriano foi concebido como uma máquina ativa,<br />

hierarquicamente governada e orientada para objetivos, que foi definida<br />

através de uma certa lógica de tempo/espaço - o ajuste da conduta futura<br />

através de uma avaliação comparativa de ações passadas - para atuar em<br />

seu meio. Como tal marcou um novo limiar de inteligência, que se estendeu<br />

para além daquele que havia sido previamente estabelecido na base dos<br />

sistemas de máquinas automáticos fabris.<br />

O poder particular do raciocínio analógico da cibernética residiu no fato de<br />

que ela estava habilitada a redefinir o conceito de "vida" propriamente dito,<br />

a fim de colocá-lo no mesmo nível das características operacionais de um<br />

autômato-cibernético. Como Wiener notou, nesta conexão, "agora que<br />

certas analogias de comportamento estão sendo observadas entre máquina<br />

e o organismo vivo, o problema em saber se a máquina está viva ou não,<br />

para nosso interesse, é semântico, e nós estamos em liberdade para<br />

respondê-lo de um jeito ou outro como melhor nos convier" (1954:32).

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