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Amigos Leitores - Intervenção urbana

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de vista de Hitler, ele era um reacionário antiquado que se opunha à nova<br />

política agressiva traçada para o exército. Coube a Himmler e à Gestapo<br />

incriminar falsamente Fritsch, o que foi feito com presteza, de modo que, a<br />

26 de janeiro, Hitler, apoiado por Goering, pôde confrontar Fritsch com um<br />

dossiê preparado pela Gestapo que pretendia provar ser ele homossexual.<br />

Hitler chegou a ponto de receber pessoalmente a única testemunha da<br />

Gestapo na questão - um degenerado, chamado Schmidt, que foi preparado<br />

para jurar que vinha extorquindo dinheiro de Fritsch por causa de seu<br />

homossexualismo. Segundo uma testemunha ocular, Goering estava muito<br />

excitado nesse confronto entre Fritsch e seu suposto chantagista. Essa<br />

testemunha era o Coronel Friedrich Hossbach, um dos Ajudantes-de-Ordens<br />

de Hitler e que o fora também de Fritsch. Sentia-se ele tão enojado com o<br />

que acontecia, que conseguiu avisar Fritsch antecipadamente, a fim de que<br />

se preparasse para enfrentar a acusação. Fritsch refutou as alegações, mas,<br />

mesmo assim, foi dispensado do posto."<br />

(4) No livro A NOITE DAS LONGAS FACAS, escreve Nikolai Tolstoy: "Tanto<br />

quanto era capaz de verdadeira afeição, Hitler, ao que tudo indica, sentia<br />

amizade verdadeira pelo velho guerreiro. Ele e Amann, seu editor, eram as<br />

únicas pessoas a quem carinhosamente tratava pelo familiar pronome 'du' -<br />

tu."<br />

(5) Ainda Tolstoy, aspeando palavras do próprio Roehm e de Hitler: "Esses<br />

hipócritas... O homossexualismo não constitui razão suficiente para afastar<br />

um líder capaz e honesto de qualquer posição, na medida em que seja<br />

discreto, pois maior ou menor anormalidade não é da conta de ninguém.<br />

Mas ao inferno com a pederastia. Faço o que quiser dentro de quatro<br />

paredes, como qualquer outro..." [...] E ainda: "Nada mais falso do que a<br />

chamada ética social. Declaro, solenemente, que me recuso a fazer parte<br />

desse grupo de 'quadrados' e não nutro ambições de tornar-me um deles.<br />

Não faço questão alguma de ser considerado homem de moral, pois<br />

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aprendi, pela experiência, que a 'moral' desses 'moralistas' não é assim tão<br />

severa..." [...] "Quando as queixas sobre o comportamento de Roehm<br />

começavam a se tornar freqüentes a seus ouvidos, o Fuehrer desviava o<br />

assunto e declarava tacitamente: 'Por que devo preocupar-me com a vida<br />

particular de meus seguidores? Minha preocupação deve ser com o serviço<br />

que prestam à causa. Em tempo de crise não se fazem mudanças em postos<br />

importantes, apenas por essas razões. Ridículo! Gosto da música de Wagner;<br />

devo tapar os ouvidos a ela simplesmente porque seu autor é pederasta?<br />

Isto é absurdo... e tanto quanto diz respeito a Roehm, sei, pelo que já fez,<br />

que posso depender de maneira absoluta dele e confiar cegamente nele...'"<br />

(6) Escreve Wykes no livro HEYDRICH: "Era claro que precisava haver<br />

'justificativa'. Himmler registrou que 'Heydrich encontrou provas da<br />

existência de uma ameaça de revolta nas fileiras das SA; esta é a parte do<br />

seu trabalho que ele realiza melhor - a descoberta de toda sorte concebível<br />

de provas, independente da necessidade'. E não há dúvida de que aí se<br />

incluíam também as provas inconcebíveis. Na invenção de mentiras,<br />

Heydrich não perdia para o Dr. Goebbels, embora com objetivos diferentes.<br />

A ordem concreta para 'liquidar os inimigos do estado' partiu de Hitler no<br />

dia 27 de junho. Ela foi dada pessoalmente a Himmler, que recebeu de<br />

Heydrich a lista completa dos que deveriam ser executados. A relação de<br />

nomes foi entregue aos agentes da Gestapo, que deveriam ir a suas<br />

residências, ou aonde quer que estivessem, e fuzilá-los imediatamente. [...]<br />

Não se sabe ao certo quantos, naquele sangrento final de semana, foram<br />

assassinados. Sabe-se entretanto que montaram a mais ou menos mil.<br />

Gregor Strasser, a quem Hitler jamais perdoara por haver tentado disputar<br />

com ele a direção do partido, foi fuzilado em seu escritório; e Ernst Roehm,<br />

que era para Heydrich o epítome do odiado homossexualismo, foi retirado<br />

do quarto em que dormia com seu amante e fuzilado, recebendo tiros na<br />

cabeça, no peito e no ventre. Mais tarde, Heydrich foi ver o cadáver,<br />

levando consigo alguns bêbados que vomitaram sobre o corpo obeso do ex-

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