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Amigos Leitores - Intervenção urbana

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GOZANDO FUTURO AFORA*<br />

Sadie Plant<br />

O sexo virtual tem sido definido como algo seguro e sórdido, sustentáculo<br />

maior de um prazer descarnado, livre de contato e sem secreções, que<br />

existe em uma zona de total autonomia. Tratar-se-ía de um ambiente livre<br />

de efeitos colaterais e das complicações das verdadeiras relações sexuais:<br />

DSTs, gravidez e abortos, além das tristes obrigações das necessidades<br />

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emocionais. Um circuito fechado, selado em outra parte, um espaço virtual<br />

para ser acessado à vontade.<br />

Se a pesquisa e desenvolvimento técnicos continuam a ser preenchidos por<br />

tais esperanças utópicas, convém notar que há também um sentimento no<br />

qual o sexo cibernético parece "anticlimático" mesmo antes de ter<br />

começado e que soa como um contratempo para o seu avanço.<br />

O clímax é o que sempre irá faltar na ponto cibernético, que é menos um<br />

auge do que um platô. O auge da experiência é a novidade de ontem.<br />

Quanto à comodidade e à segurança do cibersexo: sexo em "MOOs" pode<br />

ter perigos imprevistos em si próprios, mas o sexo cibernético e tudo aquilo<br />

que ele envolve é tão cômodo e contido quanto a uma guerra virtual. da<br />

qual já é um efeito colateral.<br />

O cibersexo introduz o apagamento da interface homem-máquina, uma<br />

imersão que lança o antigo indivíduo em uma rede pulsante de mudanças,<br />

que não é nem climática e limpa, tampouco segura. Qualquer um que<br />

acredite que as telas de computadores se fundam para produzir um<br />

ambiente seguro deveria ler o cyberpunk mais uma vez: "É tudo o que lá<br />

estava: apenas linhas", disse Travis. "Conectemo-las diretamente entre si.<br />

Redes, sangue, mijo, e merda. Do jeito que a camareira do hotel os<br />

encontrou" (Cadigan, 1991: 275).<br />

Mesmo com ausência de simstim [estímulo sensorial] completo, o cibersexo<br />

é tecnicamente bem avançado: o hardware é fetichizado, o software é<br />

pornô, e vastas proporções dos sistemas de telecomunicações são<br />

consumidas pela erotização. Mas esses são somente os mais evidentes - e

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