Amigos Leitores - Intervenção urbana
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- “encaixar, cozinhar, e-mail, fax, gritar, buscar, classificar, digitar, clicar, tirar<br />
o pó, limpar, etc.”-.<br />
Atualmente, o ciberfeminismo está esclarecendo no que consistem as<br />
relações correntes das mulheres com a Information Technology, do mesmo<br />
modo que critica as estruturas de gênero na cultura eletrônica. As mulheres,<br />
desde a sua incorporação ao trabalho, estão acostumadas ao uso de<br />
tecnologias eletrônicas, dada a distribuição de postos de trabalho em<br />
relação ao gênero - as mulheres têm desempenhado a maior parte do<br />
trabalho de escritório utilizando máquinas de escrever, faxes, e telefones.<br />
Mas, de novo insisto, trabalhos de segunda categoria.<br />
Como se fosse um círculo vicioso do acaba sendo impossível sair, a relação<br />
da mulher com a tecnologia se complica, além do que, ao se produzir uma<br />
maior tecnologização das empresas se produz inevitavelmente uma perda<br />
de emprego feminino. E isto contribui em boa parte para o<br />
desaparecimento, mais uma vez, das mulheres da vida pública. Hoje em dia,<br />
muitas mulheres buscam trabalho remunerado para realizar na esfera<br />
privada do tele-trabalho.<br />
Faith Wilding e outras pós-feministas, artistas e teóricas, têm percebido as<br />
complicadas e sutis redes que, como uma teia de aranha, dificultam e<br />
envolvem, mantendo oculto o desenvolvimento da mulher na vida pública.<br />
"O ciberfeminismo - escrevem Faith Wilding e Critical Art Ensemble - é uma<br />
promessa da nova onda de pensamento e prática pós-feminista. Através do<br />
trabalho de numerosas mulheres net-ativas, há agora uma presenca<br />
cyberfeminista diferente na rede que tem frescor, não tem vergonha, é<br />
engenhosa e iconoclasta frente a muitos dos princípios do feminismo<br />
clássico" (2).<br />
38<br />
Mas se deve estar alerta . O ciberfeminismo é, sem dúvida, uma esperança<br />
na construção de uma nova ordem – questiona gênero e identidades. Para a<br />
humanidade, a construção de um cyborg como propunha Donna Haraway é<br />
um dos maiores desafios. A rede é um meio público que tem se<br />
caracterizado até agora por ser aberto à pluralidade dos discursos, à<br />
multiplicidade. Mas o mundo tecnológico,um mundo não alheio aos outros<br />
mundos, padece e sofre as vicissitudes políticas e sociais. Por esta razão, o<br />
ciberfeminismo também deve ser um campo aberto para o ativismo e a<br />
política.<br />
Tornemos pública (a) palavra.<br />
Notas<br />
1. “Duration Performance: The Economy Of Feminized Maintenance Work”,<br />
trad. cast. em “estudios online sobre arte y mujer”:<br />
www.estudiosonline.net/texts/wilding.html.<br />
2. Faith Wilding y Critical Art Ensemble: “Notas sobre la condición política<br />
del Cyberfeminismo” . trad. cast. em “estudios online sobre arte y mujer”:<br />
www.estudiosonline.net/texts/cae_politic.html.<br />
3. Donna Haraway (1984), “Manifiesto para Cyborgs”, em Ciencia, cyborgs y<br />
mujeres. La reinvención de la naturaleza (1991), Cátedra, Madrid, 1995.<br />
Tradução de Sofia Panzarini<br />
Fonte : Estudios Online sobre Arte y Mujer (www.estudiosonline.net).