Amigos Leitores - Intervenção urbana
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A perspectiva brasileira e latina<br />
O ciberfeminismo no Brasil é virtualmente inexistente. O primeiro trabalho a<br />
falar de ciberfeministas brasileiras está em produção atualmente por uma<br />
mexicana doutoranda da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro.<br />
Amália Eugênia Fischer Pfaeffle é doutora em comunicação e professora<br />
universitária. Defendeu e divulgou sua tese sobre ciberfeminismo em<br />
revistas e diversas conferências. O trabalho, chamado "Producción de<br />
tecnocultura de género, mujeres y capitalismo mundial integrado" já tem<br />
versões em português.<br />
P.: Por que um trabalho sobre ciberfeminismo?<br />
R.: Decidi fazer um trabalho sobre ciberfeminismo por vários motivos:<br />
1. Porque é importante que as mulheres se apropiem da tecnologia.<br />
2. Porque na Internet se reproduzem as mesmas arborizações que na<br />
sociedade. Mesmo que a maneira como as mensagens são trocadas na Web<br />
não passem por um centro, uma censura etc. mas alguns conteúdos são<br />
patriarcais, racistas, lesbo e homofóbicos e reproduzem de certo modo a<br />
sociedade patriarcal. É importante que as mulheres desconstruam também<br />
na rede essa sociedade. O patriarcado se reproduz em todos os níveis.<br />
P.: Do que se trata o seu trabalho e como tem sido recebido?<br />
R.: Meu trabalho é uma análise sobre o Capitalismo Mundial Integrado, as<br />
lutas e resistências dos movimentos sociais no contexto da globalização e a<br />
Tecnocultura de Gênero. Como se produz o relacionamento entre tudo isso<br />
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e em que nível de complexidade. Tem sido bem recebido por mulheres<br />
interessadas na problemática.<br />
P.: Você considera que a mulher irá ganhar mais espaço no mundo<br />
tecnológico?<br />
R.: Pergunta difícil de responder. Acho que existe muita ciberliteratura<br />
feminista na Internet, mas em inglês e um pouco em espanhol. Acho que a<br />
cada vez mais as feministas estão preocupadas com o ciberfeminismo. Você<br />
encontra desde meninas que respondem agressivamente e na mesma linha<br />
que os homens até outras que fazem analises mais filosoficamente<br />
complexas.<br />
Mas sim, acho que as mulheres vão ganhar mais espaço no mundo<br />
tecnológico. Temos apenas que tomar cuidado para não perdermos nossos<br />
direitos a qualquer momento. Governos autoritários são a pior hipótese e<br />
podem levar isto a acontecer.<br />
P.: Qual a sua definição didática de ciberfeminismo?<br />
R.: Por um lado, é analise e prática do feminismo na Internet e uma luta<br />
mais das feministas por desconstruir o imaginário patriarcal na Internet. E<br />
uma proposta teórica sobre o feminismo e a tecnologia cibernética, assim<br />
como uma crítica ao patriarcado e ao capitalismo. Por outro lado, trata-se<br />
de fazer com que as mulheres tenham acesso à tecnologia e saibam como<br />
usá-la.