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I Relatório Nacional de Atuações Coletivas da Defensoria Pública ...

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ENUNCIADOS CONCLUSIVOS À LUZ DO LEVANTAMENTO REALIZADO<br />

P. Em suma, o levantamento empírico realizado provou<br />

que a legitimi<strong>da</strong><strong>de</strong> coletiva <strong>da</strong> <strong>Defensoria</strong> serve<br />

intensamente ao acesso substancial à justiça no Brasil −<br />

sobretudo à luz <strong>da</strong> perspectiva dos “consumidores” do<br />

sistema <strong>de</strong> justiça −, <strong>de</strong>vendo ser aplica<strong>da</strong> a tal<br />

legitimi<strong>da</strong><strong>de</strong> o “princípio <strong>da</strong> generosi<strong>da</strong><strong>de</strong>”<br />

É<br />

mais do que hora <strong>de</strong> fechar o trabalho. Dentro <strong>da</strong> perspectiva que enten<strong>de</strong>mos<br />

a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong> para o enfrentamento <strong>de</strong> qualquer questão processual<br />

na seara coletiva – a perspectiva cappellettiana dos “consumidores” do<br />

sistema jurídico –, não restou dúvi<strong>da</strong> alguma <strong>de</strong> que a legitimi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> <strong>Defensoria</strong><br />

é muito valiosa, além <strong>de</strong> perfeitamente constitucional56 , contribuindo para a<br />

realização do acesso à justiça e a efetivação dos direitos fun<strong>da</strong>mentais no Brasil.<br />

A essa valiosa legitimi<strong>da</strong><strong>de</strong> é <strong>de</strong> se aplicar o “princípio <strong>da</strong> generosi<strong>da</strong><strong>de</strong>”, 57 um<br />

princípio referente a qualquer legitimi<strong>da</strong><strong>de</strong> coletiva e que possui duas implicações<br />

básicas: uma <strong>de</strong> caráter hermenêutico e a segun<strong>da</strong> <strong>de</strong> natureza, po<strong>de</strong>-se<br />

dizer, <strong>de</strong>ontológica. Reproduza-se o que <strong>de</strong>ixamos assentado em outro texto:<br />

“Fun<strong>da</strong>mentalmente, o sistema processual coletivo é um espaço soli<strong>da</strong>rista, muito<br />

propício ao exercício <strong>da</strong> generosi<strong>da</strong><strong>de</strong>. Tal sistema pe<strong>de</strong> juízos hermenêuticos<br />

generosos e também comportamentos generosos, cooperativos.” 58<br />

56 Uma vez mais, vale consultar a doutrina <strong>de</strong> Fredie Didier Jr. e Hermes Zaneti Jr. (Curso <strong>de</strong> direito processual,<br />

cit., p. 221-222): “Finalmente, não há qualquer sentido na alegação <strong>da</strong> CONAMP <strong>de</strong> que a Lei n.<br />

11.448/2007 é inconstitucional. (...) Por outro lado, a tese clássica <strong>de</strong> Mauro Cappelletti é no sentido <strong>da</strong><br />

legitimação plúrima como forma mais coerente <strong>de</strong> fortalecer a efetivi<strong>da</strong><strong>de</strong> dos ‘novos direitos’ pela jurisprudência.<br />

Esta tese foi aprova<strong>da</strong> e referen<strong>da</strong><strong>da</strong> pelo constituinte no § 1º do art. 129, que trata <strong>da</strong>s funções<br />

institucionais do Ministério Público, dispondo expressamente: (...). Inci<strong>de</strong>, no caso, o princípio <strong>da</strong> proibição<br />

<strong>de</strong> retrocesso to<strong>da</strong> vez que a lei legitime mais <strong>de</strong> um representante a<strong>de</strong>quado para o ajuizamento <strong>da</strong> ação<br />

coletiva. Esta é a vonta<strong>de</strong> <strong>da</strong> Constituição, esta é a sua direção. Inconstitucional, ao contrário, é a interpretação<br />

que restringe a legitimação conferi<strong>da</strong> <strong>de</strong> maneira a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>. Vale aqui, para finalizar, o brocardo latino<br />

que <strong>de</strong>termina ser na teoria dos direitos fun<strong>da</strong>mentais odiosa restringen<strong>da</strong>, favorabilia amplian<strong>da</strong>”.<br />

57 Concebemos o princípio <strong>da</strong> generosi<strong>da</strong><strong>de</strong> no artigo “A legitimi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> <strong>Defensoria</strong> <strong>Pública</strong> à luz do<br />

princípio <strong>da</strong> generosi<strong>da</strong><strong>de</strong>”, in Maria Clara Gozzoli, Mirna Cianci, Petrônio Calmon e Rita Quartieri (coords.),<br />

Em <strong>de</strong>fesa <strong>de</strong> um novo sistema <strong>de</strong> processos coletivos: estudos em homenagem a A<strong>da</strong> Pellegrini<br />

Grinover, São Paulo, Saraiva, 2010, p. 289-344.<br />

58 José Augusto Garcia <strong>de</strong> Sousa, A legitimi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> <strong>Defensoria</strong> <strong>Pública</strong> à luz do princípio <strong>da</strong> generosi<strong>da</strong><strong>de</strong>,<br />

cit., p. 341.<br />

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