06.03.2014 Views

II Caderno - Instituto dos Registos e Notariado

II Caderno - Instituto dos Registos e Notariado

II Caderno - Instituto dos Registos e Notariado

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Nº 4/2005 – Maio/Junho/Julho 2005 34<br />

descrito sob o nº 31 710, demandaram (acção com<br />

processo ordinário nº 11/1984, do 1º Juízo Cível<br />

do Tribunal Judicial da comarca de ..., tendo sido<br />

apensa<strong>dos</strong> aos respectivos autos os de acção<br />

ordinária nº 120/86, daqueles 1º Juízo e comarca,<br />

em que os ali autores demandaram os também ali<br />

RR. Agostinho e mulher, adiante melhor<br />

identifica<strong>dos</strong>) Maria SN (contitular da inscrição nº<br />

27 549 sobre o prédio descrito sob o nº 42 550 e da<br />

inscrição nº 27 746 sobre o prédio descrito sob o nº<br />

42 652, sendo certo que o marido e contitular<br />

Manuel SC havia já falecido em 02.08.83 – B da<br />

Especificação), …, Ldª (titular da inscrição nº 28<br />

020 sobre o prédio descrito sob o nº 42 550) e<br />

Agostinho PM e mulher Lídia LL (titulares da<br />

inscrição nº 29 306 sobre o prédio descrito sob o nº<br />

42 550).<br />

Nesta acção foi admitida a intervenção<br />

principal de José RB (titular da inscrição nº 32 636<br />

sobre o prédio descrito sob o nº 42 550).<br />

Na pendência da acção faleceu o A. Damião<br />

SR, tendo sido habilita<strong>dos</strong> como seus sucessores,<br />

para no seu lugar prosseguirem a acção, a coautora,<br />

a sua viúva Maria de Lurdes M, e o seu<br />

filho Vítor JMR, ora recorrente.<br />

A certidão junta aos autos não nos certifica a<br />

petição inicial e, portanto, os pedi<strong>dos</strong> formula<strong>dos</strong><br />

na acção. Mas certifica o teor da sentença de<br />

10.10.2000 proferida nas acções. Estas foram<br />

julgadas parcialmente procedentes, em<br />

consequência do que:<br />

a) Se declararam os AA. como donos do<br />

prédio misto composto de uma courela de terra<br />

arenosa de semear e de regadio com árvores e uma<br />

casa de habitação com ramada e palheiro, no Sítio<br />

<strong>dos</strong> Cavacos, ... – ..., descrito na Conservatória do<br />

Registo Predial de ... sob o nº 31 710 e inscrito na<br />

matriz sob os artigos 3 368 (rústico) e 930<br />

(urbano);<br />

b) Condenaram-se os RR. a reconhecerem a<br />

propriedade <strong>dos</strong> AA. sobre tal prédio;<br />

c) Declararam-se nulas a escritura de<br />

justificação , efectuada pela R. Maria SN e marido,<br />

bem como a escritura de compra e venda da R.<br />

Maria Nunes e marido à …, Ldª e de doação<br />

daquela R. e marido aos RR. Agostinho PM e<br />

mulher Lídia LLM;<br />

d) Declararam-se nulas as descrições<br />

prediais na Conservatória do Registo Predial de ...<br />

nºs 42 550 e 42 652, bem como as inscrições nºs<br />

29 306, de 9-9-83, a favor de Agostinho do Pilar<br />

Melro e mulher Lídia Lopes Leandro, e nº 28 020,<br />

de 9-2-83, a favor de …, Ldª;<br />

e) Determinou-se o cancelamento das<br />

descrições e inscrições referidas na al. d).<br />

Na fundamentação da sentença frisou-se que<br />

a R. …, Ldª vendeu a metade do prédio descrito<br />

sob o nº 42 550 ao interveniente José RB. E<br />

retirou-se da factualidade assente, como primeira<br />

conclusão, que o prédio rústico de que os RR. …,<br />

Ldª e Agostinho adquiriram, cada um, metade à R.<br />

Maria N e ao falecido marido «mais não é do que a<br />

parte rústica do prédio misto [por lapso escreveuse<br />

rústico] que compraram a esta R. e marido, em<br />

1961 [os AA.]».<br />

Escreveu-se na douta sentença que «é<br />

evidente que as mencionadas escrituras são “res<br />

inter alios acta”, e que só a inscrição registral<br />

confere a tais actos oponibilidade a terceiros».<br />

Mas, tendo to<strong>dos</strong> os envolvi<strong>dos</strong> logrado inscrever<br />

a seu favor as respectivas aquisições, temos de nos<br />

socorrer do princípio da prioridade (art. 6º,<br />

C.R.P.), acrescendo que o registo definitivo<br />

constitui presunção iuris tantum de que o direito<br />

existe e pertence ao titular inscrito, pelo que «por<br />

esta via chegamos à conclusão de que a inscrição<br />

de aquisição do prédio em causa em favor <strong>dos</strong> AA.<br />

prevalece sobre as <strong>dos</strong> RR., atenta a sua<br />

anterioridade, de acordo com o art. 6º citado,<br />

sendo certo que a aludida presunção não foi<br />

ilidida».<br />

Afastando qualquer hipótese de simulação,<br />

reserva mental ou erro na declaração no negócio<br />

jurídico titulado pela escritura de 29.3.61, a<br />

sentença conclui pela validade da compra e venda.<br />

«Mas, se assim é, e se o prédio em causa estava<br />

devidamente descrito na conservatória do registo<br />

predial, quid juris?».<br />

«Parece-nos que a situação em causa se<br />

reconduz à efectivação <strong>dos</strong> registos prediais, pelos<br />

RR., com base em títulos falsos».<br />

A sentença afirma que a escritura de<br />

justificação notarial de 23.6.82 enferma de<br />

falsidade. «Consequentemente, a descrição<br />

registral que “a posteriori” se efectuou com base<br />

naquele título, bem como as inscrições de<br />

aquisição que seguidamente os RR. …, Ldª e<br />

Agostinho … efectuaram a seu favor enfermam de

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!