EATI N ’OUT
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Foto: Cristiana Beltrão<br />
Vou<br />
para<br />
Nova<br />
York<br />
Três sugestões provadas e atestadas<br />
para quem quer abrir as portas do<br />
universo foodie da cidade americana<br />
Tem<br />
dicas?<br />
A pergunta é recorrente e pega sempre quem<br />
costuma ir a Nova York de surpresa. Me dá três<br />
dicas pra jantar? Parece fácil, mas a questão<br />
chega com dois desafios para o gourmet: uma<br />
delas, honrar a consulta. Outra delas, fazer<br />
isso rapidamente, sem tropeçar nas dezenas,<br />
centenas, milhares de opções que a cidade abre<br />
(e fecha) todos os anos. Se for em Paris, a coisa<br />
fica fácil com as dicas de restaurantes franceses.<br />
Na Itália, como em Portugal e Espanha, o mesmo<br />
– nesses, a dica maior é não sair da especialidade<br />
local. Mas Nova York é o lado gourmet das<br />
Nações Unidas e o entendimento não é tão ágil.<br />
Mas três delas surgem com o toque moderno, o<br />
uso inteligente de ingredientes inesperados mas<br />
sempre frescos e o lado charmoso dos ambientes<br />
que remetem sempre ao bem-estar dos clientes.<br />
É o caso do Rouge Tomate, um francês em uma<br />
travessa da Park Avenue. Do Jungsik, um coreano<br />
em Tribeca. E do Blanca, a nova sensação do já<br />
sensacional Brooklyn. Esta aí, anotado e sem<br />
surpresas, com as opiniões de quem visitou.<br />
<br />
Blanca<br />
Por Adriana Mattar e Ana Cecília Gros<br />
Não é para todos, não é para ficar voltando, mas<br />
ir ao Blanca é um programa irresistível para o<br />
gourmet contemporâneo: maratona de pratos,<br />
reserva difícil, e chef incensado pela mídia, do<br />
Village Voice e do New Yorker ao inderrubável<br />
New York Times. A reserva não é só difícil – é<br />
incancelável, como no caso do Atera, em<br />
Manhattan, onde que a reserva é garantida com<br />
algo semelhante a um ticket, pago no cartão de<br />
crédito, com antecedência. Explica-se tanta festa<br />
em torno do restaurante: a fórmula é a mesma do<br />
Chef’s Table, no mesmo Brooklyn, três estrelas no<br />
Michelin: apenas doze lugares e um rosário de 24<br />
pratos. A diferença é que, no Blanca, o chef não<br />
tem frescuras ou problemas de insegurança e,<br />
por isso, permite fotos de seus pratos livremente.<br />
Ao fazer a reserva, escolha o primeiro dos dois<br />
turnos. Começa pontualmente às seis horas da<br />
tarde e, nesse momento, o entardecer do Brooklyn<br />
dá tons belíssimos ao ambiente do restaurante,<br />
especialmente no outono. Vale a pena alugar um<br />
carro com motorista, o que reduz problemas como<br />
erros de caminhos e de estacionamento. Atrasos,<br />
o chef não perdoa. Ele tem origem italiana. É Carlo<br />
Mirarchi, que brinca em sua cozinha aberta como<br />
em um parque de diversões. A equipe toda veste<br />
bermudas com jaqueta branca e abrem com suas<br />
grandes facas, na frente de cada cliente, cada item<br />
experimentado. No ambiente, o único cardápio em<br />
que o comensal tem direito a alguma escolha: as<br />
músicas, tocadas em vinil por um DJ das antigas.<br />
No fim, tem gente que dança e o ambiente é de<br />
festa íntima. Delicioso... Assim como a comida<br />
apresentada em pequenas e delicadas porções.<br />
Influência japonesa, técnica perfeita e bom humor<br />
marcam sua jovem cozinha. Abriu há pouco<br />
menos de dois anos. Fazem a própria manteiga<br />
que acompanha um espantoso pão de abacaxi<br />
do Havaí. A saída passa obrigatoriamente por<br />
outra casa do chef Mirarchi, uma pizzaria foodie,<br />
animada, dá vontade de sentar e ficar mais por<br />
lá. Enfim, um lugar para se ir de mente aberta e<br />
preparada para diversão e inspiração.<br />
<strong>EATI</strong> N <strong>’OUT</strong><br />
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