26.05.2015 Views

o_19m88lbhbd6mah11q1gne1urpa.pdf

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

202 CAPÍTULO 11<br />

de um sólido amorfo. No entanto, no caso de formação de um sólido amorfo<br />

ocorre uma mudança de inclinação na curva de volume específico versus<br />

temperatura. Em outras palavras, a curva não apresenta descontinuidade mas<br />

a taxa de variação do volume específico com a temperatura não é uniforme. A<br />

temperatura em que ocorre a mudança de inclinação é denominada temperatura<br />

de transição vítrea (T g ou T V ). Em termos estruturais, pode-se afirmar<br />

que acima da temperatura de transição vítrea ocorrem rearranjos das moléculas<br />

enquanto abaixo dela isto não é mais possível e a contração remanescente<br />

é causada pela redução das vibrações térmicas com a diminuição da temperatura.<br />

Na figura 11.1 (b) é apresentada a variação do coeficiente de expansão<br />

com a temperatura. Observa-se neste caso a ocorrência de uma variação<br />

brusca no coeficiente de expansão térmica do sólido amorfo na temperatura<br />

de transição vítrea. O mesmo tipo de comportamento é observado na curva de<br />

variação do calor específico em função da temperatura; figura 11.1 (c).<br />

A temperatura de transição vítrea não é uma grandeza termodinâmica,<br />

como as temperaturas de fusão e de ebulição. Quanto mais lento for o resfriamento<br />

mais baixa será a temperatura de transição vítrea. Em outras palavras,<br />

a temperatura de transição vítrea é uma característica importante de um sólido<br />

amorfo ou de uma fase amorfa dentro de um material parcialmente cristalino,<br />

mas não é uma constante e varia numa faixa.<br />

A solidificação ultra-rápida a partir do líquido é talvez a maneira mais<br />

utilizada para obter sólidos amorfos. Um aparato muito utilizado é mostrado<br />

esquematicamente na figura 11.2. Um material metálico é fundido por indução<br />

dentro de um tubo de quartzo ou de alumina. O tubo tem um furo na sua<br />

extremidade inferior. O metal líquido é pressionado através do furo por um<br />

gás inerte (normalmente, argônio). Um filete de metal incide sobre uma roda<br />

polida de cobre refrigerada e em movimento. O filete de metal líquido solidifica-se<br />

ultra-rapidamente formando uma fita com algumas dezenas de micrometros<br />

de espessura. A roda de cobre pode estar encerrada em uma câmara<br />

contendo gás inerte (normalmente, hélio). Este aparato é muito conhecido<br />

pela sua designação em inglês (“melt-spinning”) e com ele pode se obter<br />

velocidades de resfriamento na faixa de 10 5 a10 7 K/s . Este método é muito<br />

utilizado para obtenção de materiais metálicos amorfos.<br />

Existem outras maneiras de evitar a cristalização e obter sólidos amorfos.<br />

Uma delas é partir da fase vapor ao invés do líquido. O vapor, por sua<br />

vez, pode ser obtido pelo aquecimento de um sólido cristalino ou de um<br />

líquido ou até bombardeando a superfície de um sólido com íons (“cathode<br />

sputtering”). O vapor é então resfriado ultra-rapidamente pelo contato com<br />

uma superfície fria. A temperatura baixa reduz a mobilidade atômica e difi-

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!