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PROPRIEDADES TÉRMICAS 291<br />

rá-lo. A contribuição eletrônica se dá pela absorção de energia pelos elétrons<br />

aumentando sua energia cinética. Nos materiais isolantes, a contribuição eletrônica<br />

para a capacidade térmica é ainda menor que no caso dos condutores,<br />

pois os isolantes praticamente não dispõe de elétrons livres.<br />

Do exposto acima, é razoável esperar que a capacidade térmica dependa<br />

da temperatura. Por outro lado, os trabalhos clássicos de Dulong e Petit<br />

(1819) propuseram que o calor específico dos sólidos deveria ser constante e<br />

igual a cerca de 6 cal/mol K. A lei de Dulong e Petit é aproximadamente<br />

válida, na temperatura ambiente, para elementos com peso atômico maior<br />

que 40.<br />

No início deste século, cientistas como A. Einstein e P. Debye imaginaram<br />

modelos, onde os átomos estavam ligados por molas (representando as<br />

ligações químicas) e que podiam oscilar ou vibrar e armazenar energia. Com<br />

auxílio destes modelos, eles conseguiram calcular a variação do calor específico<br />

com a temperatura. Os cálculos mostram que o calor específico aumenta<br />

até uma certa temperatura, denominada temperatura de Debye, tornando-se a<br />

partir daí aproximadamente constante. Este valor constante é 3R, ou seja,<br />

aproximadamente igual ao valor proposto por Dulong e Petit (6 cal/mol K).<br />

As determinações experimentais realizadas por Debye (Annalen der Physik,<br />

vol. 39, p. 789, 1912), para o alumínio e o cobre, mostraram uma excelente<br />

concordância entre a teoria e as medidas experimentais.<br />

A figura 17.1 mostra a variação do calor específico com a temperatura<br />

para alguns materiais cerâmicos. A forma da curva calor específico versus<br />

temperatura é similar para diferentes materiais, o que também confirma a<br />

validade do modelo de Debye. Não existe uma relação clara entre a temperatura<br />

de Debye e o ponto de fusão, conforme ilustra a tabela 17.1.<br />

A capacidade térmica depende muito pouco da estrutura e da microestrutura<br />

do material. Por outro lado, a porosidade tem grande influência prática<br />

na capacidade térmica. Por exemplo, uma cerâmica porosa exige uma<br />

quantidade menor de calor para atingir uma determinada temperatura, que<br />

uma cerâmica isenta de poros. Em outras palavras, um forno revestido com<br />

tijolos refratários porosos pode ser aquecido com menor consumo de energia.

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