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Reflexões: Descomplicando os impostos

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Tributação Digital<br />

Como pode a função fiscal<br />

criar valor na era digital?<br />

RUI HENRIQUES<br />

Partner, Tax Services<br />

Num contexto de<br />

crescente exigência<br />

de transparência,<br />

as autoridades<br />

fiscais têm vindo<br />

a criar plataformas<br />

sofisticadas de<br />

captura de dad<strong>os</strong> d<strong>os</strong><br />

contribuintes que lhes<br />

permitam o cruzamento<br />

de informação. E o<br />

fluxo de informação<br />

que as empresas têm<br />

que partilhar com<br />

as autoridades está<br />

a atingir níveis sem<br />

precedentes como<br />

resulta, por exemplo,<br />

das obrigações de<br />

Country by Country<br />

Report (CbCR).<br />

Com um novo nível de escrutínio,<br />

as empresas - e especialmente<br />

a função fiscal – devem identificar<br />

de forma clara a informação<br />

que tem que ser partilhada [por<br />

exemplo, através do Standard Audit<br />

File for Tax Purp<strong>os</strong>es (SAF-T)],<br />

ter total confiança na qualidade<br />

dessa informação e que a mesma<br />

está devidamente estruturada.<br />

O desafio<br />

As empresas estão cada vez mais<br />

obrigadas a partilhar faturas de<br />

clientes, volumes de mercadorias<br />

transacionadas, demonstrações<br />

financeiras, faturas de fornecedores<br />

e registr<strong>os</strong> bancári<strong>os</strong>, tudo<br />

em format<strong>os</strong> especificad<strong>os</strong> pela<br />

autoridade tributária, que por<br />

sua vez está a usar aplicações de<br />

análise de dad<strong>os</strong> para validar faturas<br />

e identificar discrepâncias,<br />

verificar as declarações de vendas<br />

e compras, e comparar dad<strong>os</strong><br />

entre jurisdições e contribuintes.<br />

O que significa para as empresas?<br />

Para assegurar o compliance com<br />

estas exigências e ficar um passo<br />

à frente, a função fiscal tem necessariamente<br />

que potenciar as<br />

suas capacidades de data analytics<br />

e repensar como recolher,<br />

tratar e analisar <strong>os</strong> dad<strong>os</strong>.<br />

O que fazer?<br />

Esta é a oportunidade da função<br />

fiscal gerar valor e mitigar <strong>os</strong> risc<strong>os</strong><br />

nesta era Digital, mediante<br />

a adoção de medidas que assegurem<br />

uma adequada gestão de<br />

toda a informação que é gerada<br />

e partilhada com as autoridades.<br />

Esta é a oportunidade de gerir de<br />

forma eficaz o risco fiscal, reduzir<br />

interações com autoridades e<br />

litigância e, consequentemente,<br />

cust<strong>os</strong>/perseverar valor da organização.<br />

Por isso é altamente recomendável<br />

que as empresas:<br />

l validem o compliance formal e<br />

material d<strong>os</strong> ficheir<strong>os</strong> SAF-T;<br />

l testem a inexistência de discrepâncias<br />

entre <strong>os</strong> dad<strong>os</strong> incluíd<strong>os</strong><br />

n<strong>os</strong> ficheir<strong>os</strong> SAF-T com<br />

a informação contabilística e com<br />

<strong>os</strong> model<strong>os</strong> declarativ<strong>os</strong> fiscais<br />

entregues - atenuando <strong>os</strong> risc<strong>os</strong><br />

à medida que <strong>os</strong> problemas são<br />

detetad<strong>os</strong>.<br />

Informação é poder. Falta de<br />

controlo sobre a informação,<br />

desconhecimento da informação<br />

partilhada, é uma desvantagem<br />

competitiva com consequências<br />

inesperadas. Assegurando<br />

a harmonização da informação<br />

partilhada com as autoridades,<br />

bem como a quantidade (apenas<br />

a necessária) e qualidade d<strong>os</strong><br />

dad<strong>os</strong>, coloca as empresas num<br />

patamar de equilíbrio em qualquer<br />

discussão.<br />

Informação é conhecimento. A<br />

digitalização facilita o processo<br />

de transformar informação em<br />

conhecimento, e no que respeita<br />

à função fiscal, permite às<br />

empresas monitorizar indicadores-chave<br />

como a taxa efetiva de<br />

tributação ou as necessidades<br />

de tesouraria para pagamento<br />

de imp<strong>os</strong>t<strong>os</strong>, potenciar poupanças<br />

fiscais que permitam libertar<br />

excedentes para determinad<strong>os</strong><br />

investiment<strong>os</strong>. Na verdade, a<br />

“função fiscal” gera valor acrescentado<br />

para a organização, assumindo-se<br />

como um ativo estratégico.<br />

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