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Reflexões: Descomplicando os impostos

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Política Fiscal<br />

uma ideia mais clara e objetiva<br />

sobre a perceção que existe<br />

no sistema fiscal Português por<br />

parte d<strong>os</strong> agentes económic<strong>os</strong>, e<br />

obter ainda algumas pistas sobre<br />

áreas em que o legislador poderá<br />

vir a refletir profundamente de<br />

modo a caminhar no sentido de<br />

o poder otimizar e, se p<strong>os</strong>sível,<br />

contribuir para uma melhoria de<br />

um sistema fiscal que se m<strong>os</strong>tra<br />

cada vez mais complexo.<br />

A PLOE2020 será sem dúvida um<br />

instrumento único que pode ser<br />

aproveitado para esse efeito. Vam<strong>os</strong><br />

então aguardar pelo que aí<br />

vem e depois avaliar o respetivo<br />

impacto ao nível das famílias e<br />

das empresas e confirmar se esta<br />

oportunidade foi devidamente<br />

aproveitada!<br />

Avaliação do Sistema Fiscal<br />

Português – Survey EY<br />

Luís Marques<br />

Country Tax Leader<br />

A propósito da divulgação<br />

da prop<strong>os</strong>ta de Lei do<br />

Orçamento do Estado<br />

para 2019 (PLOE219), a<br />

qual se perspetiva que<br />

venha a ocorrer em<br />

mead<strong>os</strong> do próximo mês<br />

de outubro de 2018, a<br />

EY lançou um desafio<br />

ao mercado em geral no<br />

sentido de perceber que<br />

alterações é que <strong>os</strong> agentes<br />

económic<strong>os</strong> g<strong>os</strong>tariam de<br />

ver contempladas no texto<br />

do referido documento<br />

ao nível d<strong>os</strong> principais<br />

imp<strong>os</strong>t<strong>os</strong> que existem no<br />

sistema jurídico-tributário<br />

Português.<br />

Uma das áreas que foi objeto de<br />

avaliação no Survey realizado pela<br />

EY foi a de ter uma perceção geral<br />

do sistema fiscal Português, ou<br />

seja, como é que <strong>os</strong> contribuintes<br />

avaliam em term<strong>os</strong> globais o sistema<br />

que vigora em Portugal.<br />

Neste contexto, uma das áreas<br />

que mais realce mereceu, em<br />

term<strong>os</strong> de aspet<strong>os</strong> men<strong>os</strong> p<strong>os</strong>itiv<strong>os</strong>,<br />

por parte d<strong>os</strong> respondentes<br />

ao Survey da EY foi relativamente<br />

à carga fiscal total suportada.<br />

Existe, pois, uma clara convicção<br />

por parte d<strong>os</strong> agentes económic<strong>os</strong><br />

(mais de 90% d<strong>os</strong> inquirid<strong>os</strong>)<br />

que o nível da carga fiscal<br />

suportada é muito elevada. Não<br />

é certamente um resultado surpreendente,<br />

pois de facto, carga<br />

fiscal suportada em Portugal,<br />

direta e indiretamente, situa-se<br />

num patamar d<strong>os</strong> mais elevad<strong>os</strong><br />

que existem na Europa.<br />

De igual modo, o nível de complexidade<br />

existente do sistema<br />

fiscal, bem como a taxa de esforço<br />

exigida a<strong>os</strong> contribuintes<br />

para garantir o cumprimento<br />

das obrigações fiscais, são igualmente<br />

áreas apontadas como<br />

aspet<strong>os</strong> men<strong>os</strong> p<strong>os</strong>itiv<strong>os</strong> (para<br />

mais de 80% d<strong>os</strong> participantes).<br />

Também se dirá que as resp<strong>os</strong>tas<br />

obtidas não serão de estranhar,<br />

pois, apesar de haver uma<br />

cada vez maior desmaterialização<br />

ao nível do cumprimento<br />

das obrigações declarativas por<br />

via da utilização de ferramentas<br />

assentes em plataformas<br />

Web, é igualmente verdade que<br />

a missão pr<strong>os</strong>seguida pela AT<br />

na tentativa de cruzar dad<strong>os</strong> e<br />

informação d<strong>os</strong> contribuintes<br />

implica uma maior necessidade<br />

de reporte de informação por<br />

parte d<strong>os</strong> agentes económic<strong>os</strong>,<br />

aumentando dessa forma o tempo<br />

exigido ao contribuinte para<br />

cumprir com as exigências imp<strong>os</strong>tas<br />

pela lei. Neste capítulo,<br />

também se tem vindo a assistir<br />

a um maior afinamento e ajuste<br />

das regras fiscais, o que torna o<br />

sistema men<strong>os</strong> user friendly e<br />

mais complexo.<br />

Apesar de ser uma área não tão<br />

crítica como as anteriormente<br />

assinaladas, o nível e a qualidade<br />

de interação entre a AT e<br />

<strong>os</strong> contribuintes continua a evidenciar-se<br />

como uma área onde<br />

ainda existe uma grande margem<br />

de melhoria, pois para mais<br />

de 55% d<strong>os</strong> participantes esse é<br />

ainda referido com um aspeto<br />

men<strong>os</strong> p<strong>os</strong>itivo do sistema fiscal<br />

Português.<br />

Para <strong>os</strong> inquirid<strong>os</strong>, a disponibilidade<br />

e a existência de incentiv<strong>os</strong><br />

fiscais nas áreas da investigação<br />

e desenvolvimento apresenta-se<br />

como a área que melhor ava-<br />

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