centro de filosofia e ciências humanas - UFRJ
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utilização a<strong>de</strong>quada das letras s e z nos sufixos oso, esa e eza, possivelmente por um<br />
conhecimento, mesmo que implícito, da classe gramatical das palavras.<br />
As crianças <strong>de</strong>ste estudo estariam, <strong>de</strong> forma geral, utilizando os sufixos esa e oso<br />
apropriadamente, principalmente as <strong>de</strong> 4 a série, provavelmente pela adoção da letra s<br />
como preferencial para marcar o som /z/. Análise do agrupamento hierárquico<br />
estabelece uma proximida<strong>de</strong> dos sufixos esa e oso com regularida<strong>de</strong>s contextuais mais<br />
fáceis para as crianças, sugerindo que a escrita <strong>de</strong>stes sufixos po<strong>de</strong> estar sendo<br />
<strong>de</strong>terminada pela regra contextual referente a utilização da letra s entre vogais. Na<br />
escrita do sufixo eza, as crianças apresentaram <strong>de</strong>sempenho mais baixo, sendo, portanto,<br />
o contexto problemático na aprendizagem <strong>de</strong>stas regularida<strong>de</strong>s morfossintáticas. Isto<br />
indica que a criança ou não utiliza ou não possui um conhecimento gramatical<br />
necessário para facilitar a escrita <strong>de</strong>stas palavras.<br />
Com base nos estágios <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento da ortografia, fica evi<strong>de</strong>nte que o<br />
<strong>de</strong>sempenho ortográfico <strong>de</strong>ve ser avaliado a partir da consi<strong>de</strong>ração <strong>de</strong> todos os<br />
contextos implicados na aquisição da regra. Desta forma, po<strong>de</strong>-se <strong>de</strong>terminar em que<br />
nível se encontra a aprendizagem <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminado aspecto ortográfico. Ao investigar a<br />
aquisição do uso do r e rr, por exemplo, não é suficiente examinar apenas dois dos cinco<br />
contextos em que se <strong>de</strong>ve empregar esta regra, pois isto resultaria numa visão parcial e<br />
até mesmo enganadora, na medida em que os erros cometidos sobre <strong>de</strong>terminado<br />
contexto não necessariamente indicam um nível mais básico <strong>de</strong> aquisição, po<strong>de</strong>ndo ser<br />
resultado <strong>de</strong> generalizações in<strong>de</strong>vidas que fazem parte do curso do <strong>de</strong>senvolvimento.<br />
8.3. Relação do Erro Intencional com Desempenho Ortográfico<br />
Nos contextos específicos, a correlação realizada entre o <strong>de</strong>sempenho<br />
ortográfico e a tarefa <strong>de</strong> erro intencional indicou que, em alguns contextos (/R/<br />
intervocálico, nasalização com m, nasalização com n – apenas no texto, sufixo eza), a<br />
competência ortográfica da criança e a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> transgredir intencionalmente<br />
variam <strong>de</strong> forma direta, ou seja, quanto melhor a performance na escrita <strong>de</strong>stes<br />
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