centro de filosofia e ciências humanas - UFRJ
centro de filosofia e ciências humanas - UFRJ
centro de filosofia e ciências humanas - UFRJ
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
seria a letra mais a<strong>de</strong>quada. Para Carraher (1985) a memorização facilitaria a<br />
escrita, inclusive das palavras <strong>de</strong>rivadas <strong>de</strong>stes morfemas. Exemplos: bulaxa<br />
(bolacha), jema (gema), omen (homem).<br />
6) Troca entre letras – nesta categoria se encaixam a troca entre letras que possuem<br />
som semelhante, facilmente confundidas pelos alunos. Normalmente, as crianças<br />
fazem trocas entre consoantes com sons surdos e sonoros, que apresentam traços<br />
distintivos no som. Alguns exemplos: encrassado (engraçado), blástico<br />
(plástico), tivam (divã).<br />
7) Dificulda<strong>de</strong> na escrita <strong>de</strong> sílabas complexas – as sílabas que se distanciam do<br />
padrão CV (consoante + vogal), que é bastante enfatizado no início da<br />
escolarização, geram certa dificulda<strong>de</strong> na sua escrita. As crianças ten<strong>de</strong>m a<br />
omitir ou incluir letras para <strong>de</strong>ixar a sílaba num formato mais simples. Exemplos<br />
disto são as palavras guarda e jornalismo que, muitas vezes, aparecem sem o<br />
, letra que nesta posição da palavra está marcando o travamento da sílaba<br />
(guada e jonalismo).<br />
No ditado <strong>de</strong> palavras, para garantir uma escrita produtiva e evitar uma escrita<br />
baseada apenas na reprodução contínua, foram utilizadas palavras pouco conhecidas<br />
para as crianças, além <strong>de</strong> pseudopalavras ou palavras inventadas compostas por<br />
morfemas existentes na língua. O critério para seleção das palavras foi a sua pouca<br />
utilização nos livros didáticos <strong>de</strong> Português <strong>de</strong>stinados àquelas séries. Como as palavras<br />
mais infreqüentes para as séries iniciais não são as mesmas para as séries posteriores,<br />
foi aplicada uma lista diferente <strong>de</strong> palavras para cada uma.<br />
A maioria dos erros cometidos pelas crianças pô<strong>de</strong> ser enquadrada nas<br />
categorias acima <strong>de</strong>scritas. No entanto, Carraher (1985) <strong>de</strong>screve três tipos <strong>de</strong> erros que<br />
não se encaixaram: trocas por palavras que apresentam certa similarida<strong>de</strong> na grafia<br />
(bacalhau no lugar <strong>de</strong> batalhão), omissão ou acréscimo <strong>de</strong> acentuação (revolver,<br />
ônesto) e erros “aleatórios”, ou seja, sem justificativa aparente (maham ao invés <strong>de</strong><br />
manhã).<br />
9