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centro de filosofia e ciências humanas - UFRJ

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Nos contextos <strong>de</strong> nasalização, as crianças da 4 a série foram mais capazes <strong>de</strong><br />

verbalizar a regra do que as com menor escolarização. Isto <strong>de</strong>monstra que a<br />

escolarida<strong>de</strong> é um fator importante na aquisição <strong>de</strong>sta regra, tendo as crianças <strong>de</strong> 4 a<br />

série um maior conhecimento explícito verbal do que as <strong>de</strong> 2 a série.<br />

Ao realizar uma comparação entre os procedimentos metodológicos<br />

empregados, Cavalcante (2000) observou a não existência <strong>de</strong> relação entre a escrita do<br />

ditado e a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> transgredir nos contextos críticos investigados. Apesar das<br />

crianças terem um alto percentual <strong>de</strong> acertos na tarefa do ditado, o número <strong>de</strong> erros<br />

intencionais se manteve muito reduzido, especialmente na 2 a série.<br />

A tarefa <strong>de</strong> erro intencional, portanto, não po<strong>de</strong>ria ser consi<strong>de</strong>rada uma medida<br />

fi<strong>de</strong>digna para acessar o conhecimento ortográfico explícito não-verbal e,<br />

conseqüentemente, não seria um bom preditor para a competência ortográfica.<br />

Cavalcante (2000) argumenta que esta seria uma ativida<strong>de</strong> complexa <strong>de</strong> natureza<br />

metacognitiva, o que exigiria concepções mais elaboradas sobre a ortografia. Além<br />

disto, ao realizar esta tarefa, a criança po<strong>de</strong> não fazer uma transgressão num contexto<br />

em que teria conhecimento para fazê-lo, dado o caráter opcional e livre que a situação<br />

implica. Com isto, o <strong>de</strong>sempenho ortográfico da criança seria subestimado, como foi<br />

verificado no estudo <strong>de</strong> Cavalcante (2000).<br />

Outra crítica ao uso da tarefa <strong>de</strong> erro intencional como medida do conhecimento<br />

ortográfico se refere a presença <strong>de</strong> transgressões paradoxais na representação do /R/<br />

entre consoante e vogal. A transgressão paradoxal implica numa inversão, on<strong>de</strong> a<br />

criança escreve a palavra <strong>de</strong> forma correta quando seu objetivo era escrever um erro<br />

propositalmente. Isto significa que a criança, na verda<strong>de</strong>, não possui uma compreensão<br />

a respeito do princípio ortográfico em questão, apenas conhece diferentes possibilida<strong>de</strong>s<br />

para ortografar a mesma palavra. Por isto, esta capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> explicitar <strong>de</strong> forma não-<br />

verbal não indicaria uma reelaboração do conhecimento ortográfico que facilitaria a<br />

escrita correta da palavra.<br />

É importante ressaltar aqui duas questões <strong>de</strong> base metodológica. Em primeiro<br />

lugar, Cavalcante (2000) não utiliza a tarefa <strong>de</strong> erro intencional da mesma forma que<br />

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