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centro de filosofia e ciências humanas - UFRJ

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Os erros das crianças espanholas foram classificados em um número maior <strong>de</strong><br />

categorias: substituição, omissão, adição, <strong>de</strong>slocamento <strong>de</strong> letras, acentuação,<br />

segmentação <strong>de</strong> palavras e outros. Para estas crianças, assim como para as brasileiras, as<br />

substituições <strong>de</strong> letras também representaram a maioria dos casos ocorridos, sendo<br />

seguidos pelos <strong>de</strong> omissão <strong>de</strong> letras. Foram pouco representativos os erros por adição e<br />

inversão da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> letras nas palavras. Mas a freqüência <strong>de</strong> erros por acentuação, em<br />

sua maioria pela omissão do acento, foi bastante consi<strong>de</strong>rável. A hipossegmentação foi<br />

a tendência mais comumente encontrada, principalmente entre alunos <strong>de</strong> escolarida<strong>de</strong><br />

mais baixa.<br />

De uma maneira geral, os resultados foram semelhantes para as crianças<br />

brasileiras e espanholas. Houve uma melhora no <strong>de</strong>sempenho conforme o aumento da<br />

escolarida<strong>de</strong>. No entanto, Morais (1996, 1998, 1999) constatou gran<strong>de</strong> heterogeneida<strong>de</strong><br />

entre os alunos, mesmo quando se encontravam no mesmo ano escolar. As palavras<br />

menos freqüentes no vocabulário infantil e as que continham relações irregulares entre<br />

fonema e grafema apresentaram maior dificulda<strong>de</strong> na escrita.<br />

Ao comparar a escrita do texto nas duas tarefas, no ditado e na transgressão<br />

intencional, foi confirmada a hipótese anteriormente formulada por Morais (1996, 1998,<br />

1999). As crianças com melhor <strong>de</strong>sempenho no ditado apresentaram um maior número<br />

<strong>de</strong> transgressões, além <strong>de</strong>stas envolverem aspectos mais elaborados <strong>de</strong> nossa ortografia.<br />

Os pontos críticos da ortografia foram o alvo principal <strong>de</strong>stas crianças, <strong>de</strong>monstrando<br />

maior nível <strong>de</strong> conhecimento a respeito da norma. Muitas vezes, as transgressões<br />

cometidas possuíam a mesma pronúncia da palavra em questão, como em oji (hoje) e<br />

sidadi (cida<strong>de</strong>). Verificou-se também que estes alunos conseguiam verbalizar as regras<br />

que haviam transgredido com facilida<strong>de</strong>, ao contrário do que aconteceu com os alunos<br />

com <strong>de</strong>sempenho mais baixo, que apresentavam justificativas não diretamente<br />

relacionadas a estrutura da palavra. As crianças com pior rendimento ortográfico<br />

cometiam muitos erros envolvendo o uso impróprio <strong>de</strong> letras maiúsculas e sinais <strong>de</strong><br />

pontuação ou omissão <strong>de</strong> letra como, por exemplo, a retirada da letra na palavra<br />

cavalo (caalo), que foram os casos <strong>de</strong> transgressão mais freqüentes.<br />

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