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centro de filosofia e ciências humanas - UFRJ

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Morais (1996, 1998, 1999). Nos estudos realizados por Morais (1996, 1998, 1999), a<br />

tarefa <strong>de</strong> erro intencional era feita sobre um texto que continha diversos aspectos<br />

regulares e irregulares da língua. A criança podia escolher livremente a palavra que<br />

<strong>de</strong>sejasse para cometer a transgressão e po<strong>de</strong>ria, com isto, <strong>de</strong>monstrar um maior ou<br />

menor conhecimento sobre uma <strong>de</strong>terminada restrição ortográfica. Já no estudo <strong>de</strong><br />

Cavalcante (2000), a tarefa <strong>de</strong> erro intencional estava dirigida a palavras com os pontos<br />

ortográficos críticos investigados, o que limita, <strong>de</strong> certa forma, a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

atuação da criança, que só po<strong>de</strong> transgredir <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> contextos restritos.<br />

Em segundo lugar, na avaliação da competência ortográfica, Morais (1996,<br />

1998, 1999) utilizou um texto para o ditado, enquanto Cavalcante (2000) fez uso <strong>de</strong><br />

palavras. Como apontado pelo próprio Morais (1996, 1998), as crianças cometem um<br />

maior número <strong>de</strong> erros ortográficos na escrita <strong>de</strong> textos do que em ativida<strong>de</strong>s como o<br />

ditado <strong>de</strong> palavras. No ditado a criança focaliza toda sua atenção para a grafia daquela<br />

<strong>de</strong>terminada palavra. Já na escrita <strong>de</strong> histórias, o escritor tem que dar conta <strong>de</strong> uma série<br />

<strong>de</strong> fatores simultaneamente. Apesar das crianças não terem que criar uma história, é<br />

necessário que seja mantida a coesão e coerência, além da escrita das palavras <strong>de</strong> forma<br />

correta.<br />

Neste sentido, po<strong>de</strong>-se pensar que as diferenças encontradas nos estudos <strong>de</strong><br />

Morais (1996, 1998, 1999) e Cavalcante (2000) quanto à eficácia da tarefa <strong>de</strong> erro<br />

intencional em predizer o <strong>de</strong>sempenho ortográfico das crianças, talvez sejam<br />

<strong>de</strong>corrência das diferenças nas tarefas empregadas nestes dois estudos.<br />

Com relação à escrita do ditado e a entrevista clínica, pô<strong>de</strong> ser observada uma<br />

relação entre estes dois procedimentos. Segundo Cavalcante (2000), os níveis <strong>de</strong><br />

conhecimento ortográfico abordados através <strong>de</strong>stes instrumentos seriam<br />

complementares e forneceriam um diagnóstico mais seguro a respeito da aquisição<br />

ortográfica das crianças. Em alguns dos contextos investigados, a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

verbalização parece prece<strong>de</strong>r a escrita correta <strong>de</strong> palavras. Cavalcante (2000) sugere<br />

que durante o <strong>de</strong>senvolvimento da ortografia, a criança, ao invés <strong>de</strong> primeiramente<br />

saber como escrever corretamente a palavra para <strong>de</strong>pois conseguir explicar as razões<br />

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