centro de filosofia e ciências humanas - UFRJ
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séries <strong>de</strong> educação básica <strong>de</strong> uma escola pública. Sua hipótese era a <strong>de</strong> que a criança<br />
que apresentasse um nível elevado <strong>de</strong> explicitação das regras ortográficas apresentaria<br />
uma melhor performance em ortografia.<br />
Foram realizadas três ativida<strong>de</strong>s para acessar os diferentes níveis <strong>de</strong> explicitação<br />
<strong>de</strong> conhecimento: ditado <strong>de</strong> um texto, tarefa <strong>de</strong> transgressão intencional da norma e<br />
entrevista. O ditado foi feito pela própria professora da turma e avaliaria a competência<br />
ortográfica da criança. Foram usadas palavras freqüentes e outras menos usuais,<br />
contendo a maioria das correspondências regulares e irregulares entre letra e som<br />
existentes na língua.<br />
Num segundo momento, utilizando o texto escrito pelas crianças no ditado, foi<br />
feita a ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> “escrever errado <strong>de</strong> propósito”, on<strong>de</strong> as crianças <strong>de</strong>veriam<br />
transgredir as normas ortográficas reescrevendo este texto com a inclusão <strong>de</strong> erros<br />
propositais, inventados por elas próprias.<br />
Finalmente, foram realizadas entrevistas individuais com os alunos que<br />
obtiveram os piores e os melhores <strong>de</strong>sempenhos, on<strong>de</strong> foram feitos esclarecimentos<br />
referentes à transgressão cometida, além <strong>de</strong> questionamentos acerca do entendimento da<br />
criança a respeito do erro ortográfico e da importância da escrita ortograficamente<br />
correta. O objetivo <strong>de</strong>stas entrevistas era ter acesso ao que a criança sabia explicar sobre<br />
as normas ortográficas relacionadas aos erros propositalmente infringidos, mesmo sem<br />
utilização <strong>de</strong> termos mais técnicos para tal.<br />
Os erros cometidos pelas crianças brasileiras foram classificados em quatro<br />
grupos: erros referentes à correspondência entre letra e som, erros <strong>de</strong> acentuação, erros<br />
na segmentação <strong>de</strong> palavras e erros <strong>de</strong> concordância gramatical. As substituições <strong>de</strong><br />
letra foram os casos mais comuns <strong>de</strong> erro na categoria <strong>de</strong> correspondência letra-som,<br />
sendo as consoantes o gran<strong>de</strong> foco das transgressões cometidas. Poucos foram os casos<br />
<strong>de</strong> omissão <strong>de</strong> letra, sendo mais freqüentes a omissão do M ou N na nasalização das<br />
sílabas ou <strong>de</strong> consoantes não pronunciadas <strong>de</strong>ntro da palavra.<br />
7 O nível <strong>de</strong>clarativo implica na verbalização do conhecimento, enquanto o processual estaria restrito a<br />
ação.<br />
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