Delírio do Verbo: O Jornalismo Gonzo e a realidade ... - Flanador
Delírio do Verbo: O Jornalismo Gonzo e a realidade ... - Flanador
Delírio do Verbo: O Jornalismo Gonzo e a realidade ... - Flanador
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
mun<strong>do</strong> virtual vivo, heterogêneo e intotalizável no qual cada ser humano pode participar e<br />
contribuir” (LÉVY, 2001: 126).<br />
O aumento das máquinas eletrônicas (não mais mecânicas) faz nascer uma arte<br />
paranacional, extracontinental, graças aos novos meios de transmissão que nada nem<br />
ninguém poderá <strong>do</strong>ravante interromper. Assistimos pela primeira vez no mun<strong>do</strong> à<br />
personalização de cada voz (Henri Chopin in MENEZES, 1992: 60).<br />
A Internet metaforiza-se numa imensa folha de papel com incontáveis lacunas em<br />
branco, as quais podem ser preenchidas por qualquer um, com lápis e pincéis de cores e<br />
tamanhos varia<strong>do</strong>s. No ciberespaço, os pincéis estão a alcance de to<strong>do</strong>s, o que permite que<br />
se transforme o branco <strong>do</strong> papel naquilo que o “pintor” desejar. Qualquer espécie de<br />
conteú<strong>do</strong> (gráfico ou textual) pode ser publicada na Internet, de mo<strong>do</strong> relativamente<br />
instantâneo, e sem a necessidade de passar pelo crivo de alguma entidade regula<strong>do</strong>ra. E é<br />
neste ponto onde se situa nosso objeto de estu<strong>do</strong>, a Irmandade Raoul Duke, inserida num<br />
meio onde “qualquer um (grupo ou indivíduo) pode colocar em circulação obras ficcionais,<br />
produzir reportagens, propor suas sínteses e sua seleção de notícias sobre determina<strong>do</strong><br />
assunto” (LÉVY, 2001: 239-240). A Irmandade Raoul Duke, portanto, aproveita-se de um<br />
cenário onde (quase) tu<strong>do</strong> é permiti<strong>do</strong>, para promover um tipo de jornalismo (?) 19 destoante<br />
das formas tradicionais e usuais de transmitir notícias e, mesmo assim, estar dentro da<br />
“normalidade” pois, na Internet, transgredir é a norma.<br />
2.3 – Contracultura<br />
O autor Mark Dery, no livro Escape Velocity – Cyberculture at the end of the<br />
century 20 , estabelece um nó, uma ponte, entre a cibercultura e a contracultura. Durante os<br />
anos 90, a tônica contracultural é mais evidente na esfera da cibercultura denominada de<br />
cyberpunk, que se constitui no underground hi-tech, onde “grupos relativamente<br />
19<br />
Link para o Capítulo 3, onde a interrogação tentará ser eliminada...<br />
20<br />
Link para a bibliografia:<br />
DERY, Mark, Escape Velocity – Cyberculture at the end of the century, Nova Iorque, Grove Press, 1996.<br />
39