10.01.2014 Views

Tese Mestrado - Tiago Macaia Martins.pdf - RUN

Tese Mestrado - Tiago Macaia Martins.pdf - RUN

Tese Mestrado - Tiago Macaia Martins.pdf - RUN

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

mas a comunicação eficaz do significado moral da acção praticada pelo transgressor 172 . <br />

Note-­‐se que, no curso da sua argumentação 173 , os dois propósitos da punição <br />

reprobatória 174 tendem a confundir-­‐se: <br />

“It's true that mutely declining to punish an offender is readily interpreted as condoning what he did. <br />

But declaring that the person before one is guilty, and then announcing that, because he has repented, <br />

one will for the sake of some good forego punishment – surely foregoing punishment in that context is <br />

not reasonably interpreted as condoning what he did and sending a message of condonation.” 175<br />

Com efeito, nesta passagem, parece sugerir-­‐se que a declaração de que determinado <br />

indivíduo é culpado, produzida no contexto de uma declaração de perdão serve <br />

simultaneamente para ser “interpretada” como “non-­‐condoning” e como “sending a message <br />

of non-­‐condonation”. A mensagem de não condescendência confunde-­‐se com a condenação <br />

em si. <br />

Wolterstorff sugere, então, que os propósitos da punição reprobatória se podem <br />

encontrar no perdão, fazendo coincidir a transmissão da mensagem de não-­‐condescendência <br />

com a condenação em si. As únicas condições que estabelece são que a comunicação, em si, <br />

tenha força suficiente para transmitir com sucesso a mensagem 176 e que o perdão seja <br />

concedido na base da misericórdia (mercy), e não na base de factores como a cor da pele, o <br />

sexo, a capacidade económica, etc 177 . <br />

Wolterstorff conclui o seu raciocínio do seguinte modo: “I see no reason to conclude <br />

that foregoing reprobative punishment is perforce a violation of justice” 178 . A questão que <br />

levantamos é a de saber se a simples comunicação “eficaz” da não condescendência é <br />

suficiente para que o perdão seja justo. <br />

172<br />

173<br />

174<br />

175<br />

Cf. Justice in Love, op. cit.,pp. 200-­‐204. <br />

Op. cit., pp. 200-­‐204. <br />

Ou seja, a condenação do acto e a comunicação de não condescendência. <br />

Cf. Justice in Love, op. cit.,pp. 202-­‐203 (a formatação em itálico é nossa). <br />

176<br />

Cf. Justice in Love, op. cit.,pp. 203-­‐204. A questão da força suficiente, na perspectiva do autor, <br />

tem que ver com o contexto em que a comunicação é efectuada. <br />

177<br />

178<br />

Cf. Justice in Love, op. cit.,p. 204. <br />

Cf. Justice in Love, op. cit.,p. 204. <br />

89

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!