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Tese Mestrado - Tiago Macaia Martins.pdf - RUN

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entre eles resulta disso mesmo: da falta de qualquer efectivo confronto entre as <br />

respectivas “cargas”. Pois, quando se chega a realizar um tal confronto, o resultado é <br />

não só tensão, mas mesmo um emaranhado de aporias – i. e., precisamente o <br />

contrário do que parecia ser o caso. <br />

É em especial este fenómeno – esta forma específica de transfiguração <br />

problemática dos conceitos quando são postos em confronto uns com os outros <br />

(quando se “experimenta” com eles, no sentido de Lichtenberg) – que aqui se trata de <br />

pôr em foco. <br />

Dois conceitos a pôr em relação <br />

Mas também neste ponto há que introduzir uma precisão adicional – um outro <br />

elemento de especificação sem o qual a malha de circunscrição do que pretendemos <br />

fazer fica ainda demasiado larga. <br />

Na verdade, não podemos analisar o problema que acabamos de delinear em <br />

toda a sua extensão. Vendo bem, nem sequer o podemos tratar de um ângulo de <br />

consideração relativamente amplo. Temos de nos ater a qualquer coisa como um <br />

“caso” do fenómeno de “transfiguração problemática” a que fizemos referência. <br />

Assim, o “campo operatório” do presente estudo restringe-­‐se essencialmente a <br />

dois conceitos: o conceito de perdão e o conceito de justiça. É com estes dois <br />

conceitos que se trata de fazer “experimentação”, no sentido de Lichtenberg, à luz da <br />

teia de relações sugerida por Schmitt (ou de uma versão modificada da teia de <br />

relações sugerida por Schmitt). <br />

Vejamos um pouco melhor, numa primeira aproximação, o que isto quer dizer. <br />

Tanto em contexto político, quanto em contexto teológico e também no <br />

domínio ético, a justiça e o perdão não raro aparecem associados como se o nexo que <br />

sustentam entre si não suscitasse nenhum problema. Em rigor, isso não se produz por <br />

os dois conceitos estarem separados no seu uso e pertencerem, se assim se pode <br />

dizer, a “compartimentos” ou “nichos” diferentes, distantes um do outro, etc. Sucede <br />

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