DIARIO DA CAMARA DOS DEPUTADOS - Câmara dos Deputados
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Abril de 1996 DIÁRIO <strong>DA</strong> CÂMARA <strong>DOS</strong> DEPUTA<strong>DOS</strong> Quinta-feira 25 11205<br />
terras deixará de ser utensílio agropastoril e fonte de mentar profundamente a tragédia que se abateu soriquezas<br />
para transmudar-se em instrumento da de- bre acidade de Salvador, no último final de semana,<br />
capitação de soldado de polícia, a exemplo do que devido às fortes chuvas.<br />
já ocorreu no Rio Grande do Sul.<br />
Da<strong>dos</strong> da CODESAl - Coordenadoria de De-<br />
Enquanto o Poder Público não compreender a fesa Civil de Salvador mostràram que as intensas<br />
essência da política em forma de suporte da promo- chuvas provocaram um triste resultado, ceifando a<br />
ção humana e da defesa da cidadania, os sem-ter- vida de cerca de 30 pessoas, deixando centenas de<br />
ras e os militares de polícia ficarão à mercê da falta desabriga<strong>dos</strong>, incluindo crianças e i<strong>dos</strong>os.<br />
de escrúpulo <strong>dos</strong> ven?i~hões d~ Pátr~a.brasileira, e~- Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputa<strong>dos</strong>, profunp~rrama<strong>dos</strong><br />
~m plenarros de Ignomrnla e em pala- damente consternado, nesta oportunidade, solidari-<br />
CIOS de negociatas e manhas,<br />
zo-me com to<strong>dos</strong> os habitantes de Salvador que, de<br />
Era o que tinha a dizer.<br />
uma forma ou de outra, foram atingi<strong>dos</strong> por essa ter-<br />
O SR. PAULO HESLANDER (Bloco/PTB rível catástrofe.<br />
MG. Pronuncia o seguinte discurso:) - Sr. Presiden- Sem dúvida alguma, Sr. Presidente, as catáste~<br />
~rªs e Srs. Deputa<strong>dos</strong>, o confl~to entre o Poder trofes também devem oferecer inesquecíveis lições.<br />
PublIco e representantes.do Movimento <strong>dos</strong> Sem Vejamos. Esse tipo de tragédia sempre se re-<br />
T~r;a, recentemente oco~ndo em Eldorad~ d~s Ca- pete, de tempos em tempos, com a chegada das<br />
raJas, no Estado do Para, envergonha e indigna a chuvas em áreas de risco<br />
Pátria brasileira e suja o espírito da cidadania. A' 'd d d SI' . .<br />
, . , . CI a e e a vador como outras CapitaiS<br />
Para explora-lo com bandeira democratlca sur- . . . ,. ,'. .<br />
· b Ih d ' brasileiras, pOSSUI vanas areas de riSCO, determlnagem<br />
segmentos tendenclosos em orra a os em A •<br />
't h ' . t das pela ausencla de um amplo e concreto plano de<br />
defesa de d· Irei os umanos mais com VIS as na per- ocu a -o lo b<br />
petuaçao<br />
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avoreclmento<br />
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eltora<br />
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que na preser-<br />
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ano.<br />
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vação da vida <strong>dos</strong> desvali<strong>dos</strong>. Pior que tudo isso é ~s perrferras de, ~alvador caractenzam-se ~~I?<br />
serem tais desvali<strong>dos</strong> e encoraja<strong>dos</strong> por ideologias cre~clI~ento de~ogra!lco desordena?o pel~ deflc~t<br />
demagógicas e interesses escusos. Transforma<strong>dos</strong> habitaCional. A sltuaçao agra~a-se ainda .mals devlem<br />
cobaias da psicologia das multidões e insufla<strong>dos</strong> do às constantes levas de agncultores falr?os e sem<br />
à desordem, esses escravos da parafernália política te~ra que acab~ mudando-se para a cidade amdesrespeitam<br />
a lei bloqueiam estradas, desafiam a pilando os bolsoes de desemprega<strong>dos</strong>, carentes e<br />
autoridade e, arma<strong>dos</strong> de foices e enxádas, enfren- sem-tetos.<br />
tam os preservadores da ordem pública, em mani- Em síntese, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Depufestação<br />
de anarquia selvagem.<br />
ta<strong>dos</strong>, o problema de habitação e de ocupação do<br />
Conflito gravíssimo, alguém deve ser escolhido solo urb~.no de Salvador é gravíssimo e não podepara<br />
purgá-lo. Praga hereditária da fraqueza judaica, mos omItIr-nos nes!~ momento. Po~a.nto, conclamo<br />
o bode expiatório da bacia de Pilatos ainda existe no todas as forças polrtlcas e empreSariaiS, de Salvador<br />
Brasil, especialmente na cabeça perigosa do vendi- para que façamos um vee~ente e unl.ssono apelo<br />
Ihão da sorte do povo sofrido e deseducado. E o ao Governo Federal ~o,s~ntldo de que lIbere, urgenbode<br />
expiatório das desgraças sociais tem de ser a temente, p~ra o M~n1CIPIO de ~alv~dor os rec~rsos<br />
Polícia Militar, do Pará ou do Rio Grande do Sul, de orçamentános previstos em lei, a fim que a cIdade<br />
São Paulo ou do Mato Grosso de Santa Catarina ou de Salvador possa contar com um verdadeiro Plano<br />
de Minas Gerais, mesmo para' lavrar as manchas de d~ Ocupação do Solo Urban~, .e, como conseqüênsangue<br />
gravadas nos desacertos histórico-sociológi- Cla, os graves pro~lemas SOCiaiS do nosso povo cocos<br />
pela criminosa apatia de políticas irresponsá- mecem a ser soluciona<strong>dos</strong>.<br />
veis.<br />
Era o que tinha a dizer.<br />
Como Deputa<strong>dos</strong> Federais, precisamos enca- O SR. JOSÉ CARLOS VIEIRA (Bloco/PFl-SC.<br />
minhar a solução <strong>dos</strong> problemas nacionais, sem né- Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente,<br />
nhum bode expiatório, para que se respeite a digni- Sras. e Srs. Deputa<strong>dos</strong>, certa vez li um conto que<br />
dade humana e se reconheça o valor das Polícias muito me impressionou. Tratava-se de uma peça<br />
Militares na manutenção da ordem pública.<br />
produzida pélo brilhante escritor brasileiro José Cân-<br />
O SR. PEDRO IRUJO (Bloco/PMDB-BA. Pro- dido de Carvalho chamado Porque lulu Bergantim<br />
nuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sras. não atravessou o Rubicão.<br />
e Srs. Deputa<strong>dos</strong>, venho hoje a esta tribuna para la- De maneira breve o conto registrava a história