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DIARIO DA CAMARA DOS DEPUTADOS - Câmara dos Deputados

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Abril de 1996 DIÁRIO <strong>DA</strong> CÂMARA <strong>DOS</strong> DEPUTA<strong>DOS</strong> Quinta-feira 25 11155<br />

desapropriadas e não distribuídas, como também<br />

<strong>dos</strong> resulta<strong>dos</strong> obti<strong>dos</strong> com as efetivamente distribuídas,<br />

além de uma investigação completa do que<br />

está por trás do Movimento <strong>dos</strong> Sem-Terra.<br />

c) Havendo o Sr. Presidente respondido que<br />

encaminhara o pedido ao Ministro da Reforma Agrária,<br />

a TFP promoveu uma petição no mesmo sentido<br />

ao Sr. Andrade Vieira, a qual obteve rapidamente<br />

30.310 assinaturas. As petições foram entregues<br />

pessoalmente ao Sr. Ministro, em Brasília, em 17 de<br />

maio de 1995, por uma comissão de 35 pessoas,<br />

compostas por agricultores, sacerdotes e trabalhadores<br />

rurais. As petições estavam encadernadas em<br />

152 volumes, pesando 115 quilos! Entre outras coisas,<br />

os signatários lembravam que um governo autenticamente<br />

agro-reformista é o maior interessado<br />

em tornar transparente para o público os da<strong>dos</strong> que<br />

justifiquem a execução de sua política de Reforma<br />

Agrária. A audiência foi noticiada pela imprensa, e<br />

uma reportagem completa sobre a mesma, publicada<br />

no Informativo Rural ela TFP foi enviada a to<strong>dos</strong><br />

os deputa<strong>dos</strong>, senadores e ministros de Estado, e<br />

também aos secretários estaduais da agricultura.<br />

d) A propósito da formação de um bloco católico<br />

no Congresso Nacional, a TFP enviou, em novembro<br />

de 1995, carta a to<strong>dos</strong> os parlamentares<br />

apontando os riscos da Reforma Agrária.<br />

(3) São dignas de nota as seguintes declarações:<br />

'a) Importante documento elaborado por técnicos<br />

do Incra, sob responsabilidade da Confederação<br />

Nacional das Associações <strong>dos</strong> Servidores do Incra<br />

(CNASI), dado à publicidade em fevereiro de 1995,<br />

vitupera a completa desorganização em que vem<br />

sendo feita a Reforma Agrária brasileira, com ausência<br />

de da<strong>dos</strong> sobre os resulta<strong>dos</strong> da Reforma Agrária<br />

e falta de acompanhamento do que acontece nos<br />

assentamentos (cfr. Incra - Entre o concreto e o sonho<br />

da Reforma Agrária).<br />

b) Recém saído da presidência do Incra, Francisco<br />

Graziano fez uma palestra na Universidade de<br />

São Paulo, em 8-12-95. Aí desabafou: Não há números<br />

confiáveis sobre o estoque de terras realmente<br />

improdutivas e sobre os resulta<strong>dos</strong> <strong>dos</strong> assentamentos<br />

(Folha de S.Paulo, 9-12-95).<br />

c) Ainda mais recentemente, um documento do<br />

Incra demonstra que o órgão não detém da<strong>dos</strong> básicos<br />

relativos aos assentamentos existentes no País.<br />

Segundo a Folha de S.Paulo (27-2-96), a deficiência<br />

é reconhecida pelo próprio presidente do Incra,<br />

Raul do Valle. O Instituto desconhece até mesmo o<br />

número e a identidade <strong>dos</strong> assenta<strong>dos</strong>. Nós temos<br />

consciência de que é necessário ter um melhor grau<br />

de conhecimento sobre os 1.300-assentamentos que<br />

existem hoje em todo o país, afirmou Raul do Valle.<br />

O Incra, de acordo com o documento, desconhece o<br />

volume exato de dinheiro repassado aos beneficiários<br />

da reforma agrária e pouco conhece sobre o estágio<br />

de desenvolvimento <strong>dos</strong> assentamentos. O órgão<br />

também não tem controle das atividades produtivas<br />

desenvolvida~, <strong>dos</strong> níveis de produção e de<br />

emprego cria<strong>dos</strong> e <strong>dos</strong> níveis de renda bruta gera<strong>dos</strong><br />

pelos produtores assenta<strong>dos</strong> (cfr. Folha de<br />

S.Paulo, 27-2-96).<br />

O SR. NILSON GIBSON (PSB - PE. Pronuncia<br />

o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, srªs e<br />

Srs. Deputa<strong>dos</strong>, registro que o desemprego em março<br />

foi o mais alto depois do Plano Real. O número<br />

de desemprega<strong>dos</strong> em São Paulo chegou a 7,2 milhões,<br />

o que corresponde a 25% da população economicamente<br />

ativa. No Rio de Janeiro, há dez anos o emprego<br />

na indústria não chegou a um nível tão baixo.<br />

Sr. Presidente, o quadro começou a se agravar,<br />

pois já estava péssimo desde de março, quando<br />

o setor de serviços, que vinha contratando trabalhadores<br />

dispensa<strong>dos</strong> pela indústria, também começou<br />

a demitir.<br />

Sr. Presidente, data venia, a situação é preocupante<br />

e só de reverter se ocorrer aperfeiçoamento<br />

e adoções de medidas, visando equilibrar o Plano<br />

Real, no que, infelizmente, não acreditamos, em<br />

face do interesse do Govemo Fernando Henrique<br />

Car<strong>dos</strong>o de somente -investir no sistema bancário e<br />

a ocorrência de corrupção na administração e ainda<br />

os graves problemas sociais.<br />

Sr. Presidente, foram fechadas 57 mil vagas<br />

em fevereiro e 82 mil no acumulado em doze meses,<br />

portanto, ocorre um crescimento inesperado do desemprego.<br />

O Governo, efetivamente, mantém a estabilidade<br />

da moeda, mas segurar o crescimento<br />

econômico em 3% ao ano, taxa insuficiente para gerar<br />

empregos, não será fácil.<br />

Sr. Presidente, o risco no Brasil está, por várias<br />

razões, aumentando nos últimos dias. A inflação<br />

está subindo, em parte por conta <strong>dos</strong> erros do próprio<br />

Presidente Fernando Henrique Car<strong>dos</strong>o. O déficit<br />

público parece, no momento, totalmente fora de<br />

controle.<br />

O FMI avisou que a crise bancária pode atingir<br />

outros bancos, o que, efetivamente, não constitui nenhuma<br />

novidade. O massacre do Pará, além de ser<br />

uma tragédia que" confisca esperanças de brasileiros,<br />

pode estar sendo visto pelos investidores como<br />

sinal de que o Brasil tem um Chiapas em potencial.<br />

Exageros? Mas é assim que parece.

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