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A Economia dos Ecossistemas e da Biodiversi - CNI

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T E E B P A R A O S E T O R D E N E G Ó C I O S3.4.2 INTEGRAÇÃO DA BIODIVERSIDADE E DOS SERVIÇOSECOSSISTÊMICOS À ACVOs pontos finais relaciona<strong>dos</strong> à biodiversi<strong>da</strong>de atualmente não são bem integra<strong>dos</strong> aos méto<strong>dos</strong> e diretrizes deACV. Várias abor<strong>da</strong>gens vêm sendo examina<strong>da</strong>s pela Iniciativa de Ciclo de Vi<strong>da</strong> do PNUMA/SETAC (http://lcinitiative.unep.fr).Algumas estimam a possível alteração percentual na diversi<strong>da</strong>de ecossistêmica, independentementedo local e do momento do impacto. Outras metodologias emergentes exprimem o <strong>da</strong>no em termos <strong>da</strong> fração deespécies elimina<strong>da</strong>s em uma determina<strong>da</strong> área e período de tempo.Para incorporar a BSE, a ACV deve levar em conta uma ampla varie<strong>da</strong>de de impactos, como a ecotoxici<strong>da</strong>de ea alteração no uso <strong>da</strong> terra. Esses impactos são o resultado de diferentes tipos de intervenções ambientais. Nocaso <strong>da</strong> ecotoxici<strong>da</strong>de, por exemplo, o impacto é devido às emissões de substâncias no ambiente. Logo, o impactoestá relacionado à quanti<strong>da</strong>de de uma determina<strong>da</strong> substância que é libera<strong>da</strong> no ambiente e é proporcionalao risco ou à toxici<strong>da</strong>de dessa substância. A ecotoxici<strong>da</strong>de é avalia<strong>da</strong> modelando concentrações de exposição,examinando os indicadores de abundância e declínio reprodutivo em nível de espécies e extrapolando um certonúmero de espécies representativas para ecossistemas inteiros (em relação ao volume de emissões de qualquersubstância tóxica, e dependendo também <strong>da</strong>s proprie<strong>da</strong>des específicas de ca<strong>da</strong> substância).Quanto ao uso <strong>da</strong> terra, os impactos são proporcionais à área superficial transforma<strong>da</strong> e à importância ecológica<strong>da</strong> área. Tanto o tipo de uso <strong>da</strong> terra e sua abrangência em termos de área e tempo devem ser considera<strong>dos</strong>. Aquantificação <strong>da</strong> transformação <strong>da</strong> terra leva em conta o tipo do terreno antes <strong>da</strong> transformação, o tipo após atransformação, a extensão geográfica e um período de relaxamento. O inventário do ciclo de vi<strong>da</strong> de um sistema deproduto, portanto, aponta diferentes tipos de uso de terra e fornece informações sobre suas quanti<strong>da</strong>des no espaçoe no tempo. Na AICV, esses <strong>da</strong><strong>dos</strong> são pondera<strong>dos</strong> com relação ao seu valor ou impacto ecológico potencial.O uso <strong>da</strong> terra, em particular, influencia a biodiversi<strong>da</strong>de ao provocar mu<strong>da</strong>nças de habitat, fragmentação epoluição associa<strong>da</strong> a agricultura intensiva, silvicultura e expansão de áreas e infraestruturas urbanas. A medição<strong>dos</strong> impactos do uso <strong>da</strong> terra sobre a biodiversi<strong>da</strong>de, porém, é uma tarefa complexa. O Grupo de Trabalho sobreUso <strong>da</strong> Terra do PNUMA/SETAC estabelece uma distinção entre o Potencial de Dano à <strong>Biodiversi</strong><strong>da</strong>de (BDP) e oPotencial de Dano aos Serviços Ecossistêmicos (ESDP).O BDP refere-se ao valor “intrínseco” ou de conservação <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong>de. É baseado em fatores relativos a diferentestipos de uso <strong>da</strong> terra e classes de intensi<strong>da</strong>de (ver Koellner e Scholz, 2008). Leva em conta a diversi<strong>da</strong>devegetal e considera explicitamente as espécies em risco de extinção. Em segui<strong>da</strong>, essa diversi<strong>da</strong>de é relaciona<strong>da</strong>à quanti<strong>da</strong>de regional média de espécies como referência ou parâmetro de comparação. Até o presente momento,os processos de quantificação foram aplica<strong>dos</strong> predominantemente ao uso <strong>da</strong> terra na Europa. Entretanto, Schmidt(2008) comparou os impactos <strong>da</strong> ocupação relaciona<strong>dos</strong> a 1 hectare-ano na Dinamarca, Malásia e Indonésia.Esse método globalmente aplicável requer desenvolvimentos adicionais para avaliar os fluxos globais de recursose as alterações no uso <strong>da</strong> terra associa<strong>da</strong>s.Embora venha sendo aplica<strong>da</strong> crescentemente a decisões de escolha e otimização de produtos, a ACV temalgumas limitações. Para muitos impactos, particularmente os que afetam a BSE, a magnitude medi<strong>da</strong> dependesubstancialmente <strong>da</strong>s condições espaciais. Por exemplo, a destruição <strong>da</strong>s florestas tropicais para produzir biocombustíveisafeta a biodiversi<strong>da</strong>de de maneira diferente <strong>da</strong> expansão <strong>da</strong> produção em uma área de terra usa<strong>da</strong>anteriormente para agricultura. Paralelamente a isso, a parte mais significativa do impacto ocorre em locais muitodistantes do local de consumo final. Isso é particularmente ver<strong>da</strong>deiro no caso <strong>dos</strong> produtos agrícolas, que causamuma ampla varie<strong>da</strong>de de impactos ecossistêmicos no local de cultivo e são subsequentemente exporta<strong>dos</strong>.Esses produtos impõem um ônus “virtual” que é importante reconhecer – inclusive em sua dimensão espacial.C a p í t u l o 3 ∙ pá g i n a 1 1 2

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