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A Economia dos Ecossistemas e da Biodiversi - CNI

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T E E B P A R A O S E T O R D E N E G Ó C I O S• ‌Mesmo que a filantropia não seja suficiente, os princípios <strong>da</strong> livre escolha e <strong>da</strong> ação voluntária devem servaloriza<strong>dos</strong> e são características essenciais de uma abor<strong>da</strong>gem econômica para a conservação <strong>da</strong> natureza.Sempre que possível, deve-se permitir e incentivar as empresas priva<strong>da</strong>s e os consumidores a firmar, voluntariamente,‘acor<strong>dos</strong>’ ambientais mutuamente satisfatórios, apoia<strong>dos</strong> por contratos juridicamente vinculantes.Quando tais acor<strong>dos</strong> voluntários não são eficientes, devido à presença de “externali<strong>da</strong>des” ou outras distorçõesdo mercado, os governos podem, às vezes, aju<strong>da</strong>r com a criação de um marco de incentivos para que osprodutores e os consumidores “internalizem” os valores ambientais em suas operações. O que os governosdevem evitar, porém, são regras e regulamentos simplistas que ignoram as diferenças reais de custos e preferênciasindividuais, o “apego” a tecnologias ou práticas de produção obsoletas, ou o desgaste do potencialconstrutivo <strong>da</strong> inovação empresarial.• ‌O último ponto refere-se ain<strong>da</strong> a outro pressuposto fun<strong>da</strong>mental, a saber, o progresso tecnológico continuado,estimulado em parte pela crescente escassez de recursos naturais e serviços ecossistêmicos. Dito isso,não acreditamos que a inovação tecnológica possa compensar totalmente e em to<strong>dos</strong> os casos a per<strong>da</strong> <strong>da</strong>biodiversi<strong>da</strong>de e o declínio <strong>dos</strong> ecossistemas. Isto implica que há situações em que algum tipo ou grau de<strong>da</strong>no ambiental pode ser considerado inaceitável, independentemente <strong>dos</strong> custos de oportuni<strong>da</strong>de ou <strong>da</strong>magnitude e quali<strong>da</strong>de <strong>da</strong> indenização ofereci<strong>da</strong>. Em suma, a análise econômica marginal não se aplica aeventos não marginais.• ‌Finalmente, defendemos aqui que a conservação e o comércio podem, e de fato devem, trabalhar lado alado, para desacelerar e eventualmente interromper a per<strong>da</strong> <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong>de e o declínio <strong>dos</strong> ecossistemas.Embora as empresas muitas vezes sejam responsáveis por <strong>da</strong>nos ambientais, os esforços para fazer com queos negócios sejam parte <strong>da</strong> solução para a per<strong>da</strong> <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong>de provavelmente envolverão mais, e nãomenos, as empresas na conservação <strong>da</strong> natureza e na gestão ambiental. Este último ponto, naturalmente,não é facilmente comprovado. Espera-se que este relatório de alguma maneira demonstre, por meio de váriosexemplos práticos e sirva de inspiração, tal como o aumento <strong>dos</strong> direitos ambientais para as empresas podeser combinado com o aumento <strong>da</strong>s responsabili<strong>da</strong>des, de tal forma que o sucesso comercial fique mais alinhadocom a conservação <strong>da</strong> natureza.1.2.3 METODOLOGIAOs pressupostos descritos acima nortearam nossa abor<strong>da</strong>gem para a elaboração de argumentos e evidências paraeste relatório. Em geral, buscamos exemplos que mostram como a integração de BSE no processo decisório podeoferecer valor real e concreto para as empresas, bem como resulta<strong>dos</strong> ambientais positivos. Sempre que possível,selecionamos estu<strong>dos</strong> de caso que apresentam <strong>da</strong><strong>dos</strong> financeiros e/ou econômicos sobre os valores <strong>da</strong> BSE.Infelizmente, os registros e relatórios de empresas sobre a BSE são escassos, subjetivos e inconsistentes, o quedificulta a elaboração de um retrato completo <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong>de no mundo <strong>dos</strong> negócios hoje em dia. Contamosmuito com os estu<strong>dos</strong> de caso <strong>da</strong>s poucas empresas dispostas e aptas a fornecer informações sobre suas políticase ações em relação à BSE, além de algumas poucas avaliações independentes. Quase por definição, osestu<strong>dos</strong> de caso em destaque aqui não são de empresas típicas.Portanto, embora nossos resulta<strong>dos</strong> sejam preliminares e incompletos, esperamos que este relatório seja um incentivopara um estudo mais sistemático e abrangente <strong>da</strong> percepção, <strong>da</strong> estratégia e <strong>da</strong>s ações empresariais em relaçãoà BSE. Tal pesquisa é urgente para identificarmos o meio mais eficiente de estimular o investimento empresarialna conservação <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong>de, na restauração de ecossistemas e no uso sustentável <strong>dos</strong> recursos naturais.C a p í t u l o 1 ∙ pá g i n a 1 1

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