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A Economia dos Ecossistemas e da Biodiversi - CNI

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T E E B P A R A O S E T O R D E N E G Ó C I O SUma abor<strong>da</strong>gem econômica também implica em aceitação de um meio-termo entre os benefícios de BSE e outrascoisas que as pessoas valorizam. Embora essa concessão possa ser limita<strong>da</strong> por causa <strong>da</strong> falta de substitutosadequa<strong>dos</strong> para determina<strong>dos</strong> recursos naturais ou serviços ecossistêmicos, a ver<strong>da</strong>de é que as pessoas pesamos benefícios <strong>da</strong> conservação <strong>da</strong> natureza contra outras coisas de valor na vi<strong>da</strong>. Em princípio, se to<strong>dos</strong> os valorespara as pessoas estiverem plenamente refleti<strong>dos</strong> nessas concessões, e sujeitos a outro conjunto de premissaseconômicas, podemos estar certos de que o uso resultante de recursos será economicamente eficiente.É claro que, na prática, o ideal econômico, com merca<strong>dos</strong> em concorrência perfeita, informações completas einstantâneas, sem custos de transação, substituição perfeita, direitos de proprie<strong>da</strong>de plenos etc., nunca é atingido.No entanto, argumentamos que uma consideração mais explícita <strong>dos</strong> custos e benefícios <strong>da</strong> BSE na toma<strong>da</strong> dedecisões econômicas, em geral, leva a resulta<strong>dos</strong> melhores, se não ideais. A valoração econômica pode nunca serperfeitamente precisa, especialmente quando não há valores de mercado em jogo, mas é difícil pensar em decisõesque não sejam melhora<strong>da</strong>s por informações sobre valores econômicos, paralelamente a outras considerações.Alguns outros pressupostos importantes para este relatório também devem ser menciona<strong>dos</strong>:• ‌Assumimos o crescimento econômico e a maior integração <strong>da</strong>s democracias basea<strong>da</strong>s no mercado em todoo mundo, juntamente com uma maior sensibilização e preocupação <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de com as mu<strong>da</strong>nças no meioambiente e aumento <strong>da</strong> capaci<strong>da</strong>de reguladora do governo e restrições sobre o uso de recursos naturais.Embora reconheçamos a existência de modelos de organização econômica que não são basea<strong>dos</strong> no mercado,bem como formas não democráticas de governo, não vemos razão para duvi<strong>da</strong>r <strong>da</strong> continuação docrescimento <strong>da</strong> iniciativa priva<strong>da</strong>, dentro de quadros ca<strong>da</strong> vez mais sutis de política econômica, supervisiona<strong>da</strong>por governos democráticos e orienta<strong>da</strong> por ci<strong>da</strong>dãos ca<strong>da</strong> vez mais bem informa<strong>dos</strong>.• ‌Reconhecemos, também, o crescente poder econômico e político de várias economias “emergentes” (porexemplo, os chama<strong>dos</strong> BRICs) e de empresas sedia<strong>da</strong>s nesses países. Uma característica notável <strong>da</strong>s economiase empresas emergentes é sua aparente falta de atenção explícita às questões ambientais em gerale à BSE especificamente, em comparação com as economias industriais e empresas mais ‘estabeleci<strong>da</strong>s’.Embora tenhamos procurado exemplos de países em desenvolvimento para ilustrar nossos argumentos aolongo deste relatório, temos de reconhecer que o peso <strong>da</strong> experiência documenta<strong>da</strong> (ou suposta) se concentranos países desenvolvi<strong>dos</strong>.• ‌Adotar uma abor<strong>da</strong>gem econômica implica que os incentivos são importantes. Em outras palavras, os direitosde proprie<strong>da</strong>de e os preços influenciam o comportamento humano e o uso <strong>dos</strong> recursos naturais. A atualincapaci<strong>da</strong>de <strong>dos</strong> incentivos de mercado e <strong>da</strong>s políticas públicas na maioria <strong>dos</strong> países de refletir o valor integral<strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong>de e <strong>dos</strong> serviços ecossistêmicos é uma <strong>da</strong>s principais razões para a contínua per<strong>da</strong> debiodiversi<strong>da</strong>de e o pouco investimento em capital natural. Do mesmo modo, ações eficazes de conservação<strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong>de e garantia de serviços ecossistêmicos muitas vezes exigem a criação ou o reforço <strong>dos</strong> incentivoseconômicos para a conservação e uso sustentável <strong>dos</strong> recursos biológicos.• ‌Uma consequência dessa hipótese é que as abor<strong>da</strong>gens meramente filantrópicas à conservação <strong>da</strong> natureza,com base em apelos à moral, ética ou valores religiosos, não são suficientes para mobilizar o investimentoprivado na conservação <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong>de em economias de mercado. Embora a filantropia possa fazer umadiferença real e deva ser sempre incentiva<strong>da</strong>, qualquer tentativa de promover investimento privado amplo,sustentado e substancial na conservação <strong>da</strong> natureza exige argumentos mais convincentes, basea<strong>da</strong>s nalógica comercial e no valor para os acionistas.C a p í t u l o 1 ∙ pá g i n a 1 0

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