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A Economia dos Ecossistemas e da Biodiversi - CNI

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T E E B P A R A O S E T O R D E N E G Ó C I O Sresultado do declínio <strong>dos</strong> recursos florestais nacionais e a proibição do corte de árvores em 1998, a produçãochinesa não tem sido capaz de acompanhar o ritmo <strong>da</strong> deman<strong>da</strong> por madeira. As importações têm preenchidoa lacuna, colocando maior pressão sobre as florestas em outros países.Com efeito, os custos externos do desmatamento foram desloca<strong>dos</strong> para o exterior, causando crescente preocupaçãocom relação ao desmatamento em países exportadores de madeira, como a Birmânia, a Indonésia ea Rússia. Nos últimos 10 anos, o crescimento econômico sem precedentes, junto com a escassez de recursosflorestais nacionais como resultado do desmatamento e <strong>da</strong> consequente proibição ao corte de árvores, levou aChina a se tornar o maior importador mundial de toras não processa<strong>da</strong>s e de madeira tropical, e o segundo maiorimportador do mundo de produtos de madeira. Desde 1995, as importações chinesas de produtos de madeiraaumentaram 450% 38 . De ca<strong>da</strong> dez árvores tropicais comercializa<strong>da</strong>s no mundo em 2004, cinco eram destina<strong>da</strong>sà China 38 .Conclusão geralOs dois estu<strong>dos</strong> de caso apresenta<strong>dos</strong> acima ilustram o quanto é importante as empresas avaliarem os impactose as relações de dependência de seus produtos com os serviços ecossistêmicos e na biodiversi<strong>da</strong>de, ao longode suas cadeias de valor.No caso do Mar de Aral, o desvio de água para apoiar a produção e as exportações de algodão forçaram o sistemahidrológico <strong>da</strong> região para além do ponto <strong>da</strong> sustentabili<strong>da</strong>de. O setor agrícola reduziu seus custos, ignorando(externalizando) o valor do <strong>da</strong>no ambiental. Se essas externali<strong>da</strong>des fossem incluí<strong>da</strong>s nos custos de produção doalgodão, tanto a produção total quanto a escala <strong>da</strong> irrigação provavelmente seriam muito mais baixas 6 . A lição aser aprendi<strong>da</strong> com a destruição do Mar de Aral é que os recursos hídricos podem desaparecer quando usa<strong>dos</strong>de forma insustentável, e que mu<strong>da</strong>nças nos ecossistemas podem ter impactos de longo alcance sobre aquelesque dependem <strong>dos</strong> serviços ofereci<strong>dos</strong> pelos ecossistemas. A per<strong>da</strong> de serviços ecossistêmicos e os custos deproteção e reabilitação <strong>dos</strong> ecossistemas precisam ser valora<strong>dos</strong> e considera<strong>dos</strong> explicitamente nas decisõessobre a utilização mais eficiente <strong>dos</strong> recursos hídricos 39 .No caso <strong>da</strong> China, a colheita insustentável de madeira levou à escassez crescente de matérias-primas, bem comoà per<strong>da</strong> de valiosos serviços ecossistêmicos <strong>da</strong>s florestais. Finalmente, a indústria madeireira perdeu sua licençapara operar em muitas áreas florestais, quando o governo chinês impôs uma proibição de exploração madeireiraem 1998. A redução <strong>da</strong> oferta de madeira resultante levou a um aumento no custo <strong>da</strong> madeira para o setor <strong>da</strong>construção, que teve repercussões em to<strong>da</strong> a cadeia de produção, estreitando as margens operacionais, interrompendoa produção e aumentando a volatili<strong>da</strong>de do mercado. Ain<strong>da</strong> mais considerável, é que ficou evidenteque o desmatamento ocorrido na China ao longo de muitas déca<strong>da</strong>s prejudicou serviços ecossistêmicos muitoimportantes, o que contribuiu para desastres ecológicos que tiveram graves consequências humanas e econômicas.Ca<strong>da</strong> caso serve como um alerta de como a subvaloração <strong>dos</strong> serviços ecossistêmicos conduz à degra<strong>da</strong>ção<strong>dos</strong> ecossistemas e consequências econômicas para a socie<strong>da</strong>de e as empresas, que são muitas vezes reconheci<strong>da</strong>sapenas após o fato.C a p í t u l o 2 ∙ e s t u d o s d e c a s o ∙ pá g i n a 8 1

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