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A Economia dos Ecossistemas e da Biodiversi - CNI

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T E E B P A R A O S E T O R D E N E G Ó C I O SOs resulta<strong>dos</strong>, descritos na Figura 4.1, destacam que setores diretos, de grande alcance, inclusive petróleo egás, podem enfrentar riscos materiais relaciona<strong>dos</strong> com a biodiversi<strong>da</strong>de que resultam na redução de valor parao acionista.Os serviços de utili<strong>da</strong>de pública são outro exemplo: o setor de energia poderá enfrentar uma série de riscos corporativoscomo resultado <strong>da</strong> mu<strong>da</strong>nça climática e <strong>da</strong> degra<strong>da</strong>ção <strong>dos</strong> ecossistemas. 74 GW – mais <strong>da</strong> metade<strong>da</strong> capaci<strong>da</strong>de instala<strong>da</strong> e planeja<strong>da</strong> para grandes empresas na Ásia – estão localiza<strong>dos</strong> em áreas onde a água éconsidera<strong>da</strong> escassa ou insuficiente para atender à deman<strong>da</strong>. Uso excessivo de água e ecossistemas degra<strong>da</strong><strong>dos</strong>com menor capaci<strong>da</strong>de para capturar ou regular cursos d’água podem levar empresas de energia a interromperseu fornecimento, com eventuais per<strong>da</strong>s ou interrupções de carga, redução de receitas e aumento de custos(Sauer et al., 2010).A incorporação <strong>dos</strong> riscos <strong>da</strong> per<strong>da</strong> <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong>de e <strong>dos</strong> serviços ecossistêmicos à estrutura corporativa degestão de riscos impõe alguns desafios singulares.Um destes desafios é o fato de que as empresas baseiam a avaliação de riscos no potencial <strong>dos</strong> problemas queprejudicam seus interesses comerciais e respondem pela adoção de condições financeiras. Isso resulta na nãocontabilização de tais riscos, tais como os impactos na biodiversi<strong>da</strong>de e nos ecossistemas, que não têm umimpacto financeiro direto na empresa, e aqueles que são mais difíceis de serem traduzi<strong>dos</strong> em per<strong>da</strong>s e ganhosfinanceiros. O desafio está em calcular o valor residual <strong>dos</strong> riscos societários mais amplos no âmbito <strong>da</strong>s estruturascontábeis comerciais, para melhor integrá-los aos processos decisórios corporativos e ponderá-los junto comfatores tradicionais de preço e quali<strong>da</strong>de do produto.Um segundo desafio é a inclusão do Valor Presente Líquido (VPL) no planejamento e na gestão de investimentos.Isso significa favorecer a minimização de custos iniciais, à custa de incorrer em custos mais eleva<strong>dos</strong> posteriormente.A opção por uma localização mais barata, porém mais prejudicial, por exemplo, pode prevalecer, ain<strong>da</strong> que oresultado seja de mais longo prazo e lesivo, com os custos desconta<strong>dos</strong> a valores muito baixos no cálculo do VPL.Na maior parte <strong>dos</strong> casos, a magnitude <strong>da</strong>s consequências para a biodiversi<strong>da</strong>de e os ecossistemas, bem comopara as empresas, é incerta. Isso se deve à ausência de entendimento científico do estado <strong>da</strong>s espécies, <strong>dos</strong>habitats e <strong>da</strong>s funções <strong>dos</strong> ecossistemas e sua capaci<strong>da</strong>de para afetar os recursos <strong>dos</strong> quais dependem asempresas, o que resultou no princípio <strong>da</strong> precaução, com base no qual as empresas implementam ações parareduzir a incerteza científica.Ao avaliar riscos, as empresas tendem a concentrar-se diretamente nos impactos diretos ou primários – aquelesresultantes de ativi<strong>da</strong>des de projetos que geralmente estão limita<strong>dos</strong> ao local do projeto e podem ser evita<strong>dos</strong> oumitiga<strong>dos</strong> por meio de processos de gestão, procedimentos de mitigação, ou <strong>da</strong> adoção de melhores práticas(EBI, 2003). Uma maior percepção por parte do público, alia<strong>da</strong> a regulações mais rígi<strong>da</strong>s e normas voluntáriasmais rigorosas, levaram ca<strong>da</strong> vez mais empresas a estender suas ativi<strong>da</strong>des de gestão de riscos para além deconsiderações de impactos diretos, a fim de incluir impactos indiretos ou secundários.Embora os estu<strong>dos</strong> ca<strong>da</strong> vez mais associem reputações positivas e a confiança do consumidor ao valor <strong>da</strong> marca,não é possível determinar o porcentual do valor atribuído à gestão eficaz <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong>de e <strong>dos</strong> ecossistemas(Earthwatch, 2002 e F&C, 2004). Ao contrário, as empresas tendem a referir-se a ‘fazer a coisa certa’ para explicarseus investimentos em conservação além do nível mínimo de conformi<strong>da</strong>de.Os riscos <strong>da</strong> per<strong>da</strong> <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong>de e <strong>dos</strong> ecossistemas baseiam-se, em parte, em fatores externos que fogemao controle <strong>da</strong> empresa, dificultando sua previsão. Os riscos para a reputação <strong>da</strong> empresa, por exemplo, resultamC a p í t u l o 4 ∙ pá g i n a 1 4 2

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