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A Economia dos Ecossistemas e da Biodiversi - CNI

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T E E B P A R A O S E T O R D E N E G Ó C I O SAnexo 2.1: Estu<strong>dos</strong> de caso – O algodão e o Mar de Aral e a madeira na ChinaColaboradores: Mark Trevitt (Trucost plc), Alistair McVittie (Scottish Agricultural College), Luke Brander (Institutefor Environmental Studies), Joshua Bishop (IUCN)Objetivos e metodologiaEste anexo examina mais detalha<strong>da</strong>mente os impactos econômicos e a dependência <strong>da</strong>s empresas nos ecossistemase na biodiversi<strong>da</strong>de, por meio <strong>dos</strong> estu<strong>dos</strong> de caso <strong>da</strong> agricultura e <strong>da</strong> indústria têxtil na Ásia Central eno setor de construção civil e materiais de construção na China. Os estu<strong>dos</strong> de caso mostram como o uso insustentável<strong>dos</strong> serviços ecossistêmicos e a não contabilização <strong>dos</strong> valores não mercantis <strong>dos</strong> ecossistemas podemlevar a crises ambientais, com profun<strong>da</strong>s consequências econômicas e impactos no lucro líquido <strong>da</strong> empresa.Ambos os estu<strong>dos</strong> de caso analisam os custos decorrentes <strong>da</strong> degra<strong>da</strong>ção <strong>dos</strong> ecossistemas que pode estarincorpora<strong>da</strong> à cadeia de produção <strong>da</strong>s empresas, devido ao impacto e à dependência <strong>da</strong>s matérias-primas que asempresas utilizam com relação a determina<strong>dos</strong> serviços ecossistêmicos. Em ambos os casos, as consequênciaseconômicas resultantes <strong>da</strong> degra<strong>da</strong>ção <strong>dos</strong> ecossistemas são destaca<strong>da</strong>s, juntamente com o valor <strong>dos</strong> serviçosecossistêmicos perdi<strong>dos</strong> como resultado <strong>da</strong> utilização insustentável <strong>dos</strong> recursos naturais. Devido à falta de <strong>da</strong><strong>dos</strong>primários, técnicas de transferência de benefícios são emprega<strong>da</strong>s para avaliar o valor <strong>dos</strong> serviços ecossistêmicosperdi<strong>dos</strong>, e para ilustrar como a avaliação econômica <strong>dos</strong> benefícios presta<strong>dos</strong> pelos ecossistemas pode aju<strong>da</strong>ra salvaguar<strong>da</strong>r valores empresariais importantes para o futuro.Estudo de caso 1: A produção de algodão e a destruição do Mar de AralUm exemplo marcante de como o uso insustentável de recursos hídricos escassos pode destruir todo um ecossistemaé a desertificação do Mar de Aral. Situado entre o Cazaquistão e o Uzbequistão na Ásia Central (anteriormenteparte <strong>da</strong> União Soviética), o Mar de Aral era o quarto maior mar interior do mundo em 1960, fornecendo umagrande varie<strong>da</strong>de de serviços ecossistêmicos para as comuni<strong>da</strong>des circunvizinhas. Em 2007, o Mar de Aral haviaencolhido para 10% de seu tamanho original, devido principalmente à captação de água de seus dois grandesafluentes, o Rio Amu Darya e o Rio Syr Darya. O desvio <strong>da</strong> água desses rios, por sua vez, foi resultado direto dodesenvolvimento <strong>da</strong> produção de algodão irrigado na região circun<strong>da</strong>nte 1 .A crise tem suas raízes nas primeiras déca<strong>da</strong>s do século XX, quando o governo <strong>da</strong> União Soviética deu início a umplano de expansão <strong>da</strong> irrigação na região, visando o cultivo do algodão para exportação para melhorar o padrãode vi<strong>da</strong> <strong>da</strong> crescente população na região 2 . O governo reconheceu que a expansão <strong>da</strong> irrigação para o cultivode algodão reduziria o fluxo de água para o Mar Aral, mas o plano foi considerado vantajoso, pois se acreditavaque “um metro cúbico de água do rio utiliza<strong>da</strong> para irrigação seria economicamente mais vantajoso que o mesmovolume despejado no Mar de Aral” 3 .Em 1956, o Canal Kara Kum foi aberto, resultando no desvio de grandes quanti<strong>da</strong>des de água do Rio Amu Darya.A consequente redução no volume de água <strong>dos</strong> rios acabou resultando na separação do Mar de Aral em duasmassas de água em 1987, um pequeno Mar de Aral no Norte e um grande Mar de Aral no Sul, bem como umaumento significativo <strong>da</strong> salini<strong>da</strong>de.A expansão <strong>da</strong> área irriga<strong>da</strong> e o consumo de recursos hídricos foram impulsiona<strong>dos</strong> principalmente pelo crescimentona produção de algodão. O maior consumidor de água doce na bacia do Mar de Aral é o Uzbequistão,que usa em média cerca de 54% do total de recursos hídricos <strong>da</strong> região 4 . Em 1991, o algodão representava maisC a p í t u l o 2 ∙ e s t u d o s d e c a s o ∙ pá g i n a 7 1

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