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Plano de Contingência Nacional do Sector da Saúde para a ...

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Enquadramento epi<strong>de</strong>miológicoCarla Lacer<strong>da</strong> Rascoa 1Paula Maria Valente 2Maria <strong>da</strong> Graça Freitas 3Gripe sazonalA gripe é uma <strong>do</strong>ença viral agu<strong>da</strong>, muito contagiosa, que se caracteriza por umquadro clínico, geralmente benigno, autolimita<strong>do</strong>, e ocorren<strong>do</strong> com carácter sazonal.É provoca<strong>da</strong> por vírus <strong>da</strong> família Orthomyxoviri<strong>da</strong>e, com genoma <strong>de</strong> ARN. Existemvários tipos antigénicos <strong>de</strong> vírus <strong>da</strong> gripe. Apenas os tipos A e B estão associa<strong>do</strong>s asurtos/epi<strong>de</strong>mias <strong>de</strong> gripe sazonal, <strong>de</strong>correntes <strong>da</strong> sua enorme capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> mutagénica,especialmente verifica<strong>da</strong> nos vírus <strong>do</strong> tipo A.Estas variações antigénicas minor (drift antigénico), características <strong>de</strong> vírus <strong>do</strong>s tiposA e B, são pontuais e ocorrem segun<strong>do</strong> um mecanismo <strong>de</strong> acumulação <strong>de</strong> mutaçõesnos genes que codificam a hemaglutinina e/ou a neuramini<strong>da</strong>se (as duas glicoproteínasexistentes à superfície <strong>do</strong>s vírus), manten<strong>do</strong> a população susceptível à infecção. Taismutações levam à necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> a vacina ser diferente em ca<strong>da</strong> ano e hemisfério.As vacinas trivalentes, produzi<strong>da</strong>s anualmente, conferem protecção contra duas estirpes<strong>de</strong> vírus <strong>do</strong> tipo A e uma estirpe <strong>de</strong> vírus <strong>do</strong> tipo B. Nas últimas déca<strong>da</strong>s, têmesta<strong>do</strong> em circulação vírus <strong>do</strong>s subtipos A(H1N1) e A(H3N2) e vírus <strong>do</strong> tipo B.Apesar <strong>de</strong> ser benigna <strong>para</strong> a maioria <strong>do</strong>s indivíduos, a gripe sazonal é um importanteproblema <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> pública, <strong>da</strong><strong>do</strong> o seu impacte, não só em termos <strong>de</strong> morbimortali<strong>da</strong><strong>de</strong>,como em termos <strong>de</strong> utilização <strong>do</strong>s serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>. De facto, assiste-se,em ca<strong>da</strong> época gripal, a um excesso <strong>da</strong> morbili<strong>da</strong><strong>de</strong> e <strong>da</strong> mortali<strong>da</strong><strong>de</strong>, sobretu<strong>do</strong> nosgrupos <strong>de</strong> risco <strong>para</strong> o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> complicações respiratórias. O seu impacteem termos <strong>de</strong> produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> é também relevante, <strong>da</strong><strong>do</strong> estar associa<strong>da</strong> a umaumento <strong>do</strong>s absentismos laboral e escolar.1. Sistemas <strong>de</strong> vigilância epi<strong>de</strong>miológicaEm Portugal, a vigilância epi<strong>de</strong>miológica <strong>da</strong> gripe está a cargo <strong>do</strong> Centro <strong>Nacional</strong> <strong>da</strong>Gripe (CNG) e <strong>do</strong> Observatório <strong>Nacional</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (ONSA), ambos <strong>do</strong> Instituto <strong>Nacional</strong><strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Dr. Ricar<strong>do</strong> Jorge (INSA).O Sistema <strong>Nacional</strong> <strong>de</strong> Vigilância <strong>da</strong> Gripe teve início em 1953, com a componentelaboratorial. A componente clínica foi incluí<strong>da</strong> em 1990, com a participação <strong>da</strong> re<strong>de</strong><strong>de</strong> Médicos-Sentinela 4 , constituin<strong>do</strong>-se, assim, o Programa <strong>de</strong> Vigilância Integra<strong>da</strong>,Clínica e Laboratorial, <strong>da</strong> Síndroma Gripal. Em 1999, este Programa foi alarga<strong>do</strong> àre<strong>de</strong> <strong>de</strong> Serviços <strong>de</strong> Urgência Sentinela (serviços <strong>de</strong> urgência hospitalar e serviços_______________________________________________________________________________________________________________1Assistente <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Pública, Direcção-Geral <strong>da</strong> Saú<strong>de</strong>. Responsável por este capítulo.2Assistente Gradua<strong>da</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Pública, Centro <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> Re<strong>do</strong>n<strong>do</strong>. Colaboração.3Chefe <strong>de</strong> Serviço <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Pública, Direcção-Geral <strong>da</strong> Saú<strong>de</strong>. Organização e coor<strong>de</strong>nação <strong>da</strong> edição.4A re<strong>de</strong> Médicos-Sentinela é um Sistema <strong>de</strong> Observação em Saú<strong>de</strong> constituí<strong>do</strong> por médicos <strong>de</strong> medicina gerale familiar que <strong>de</strong>senvolvem a sua activi<strong>da</strong><strong>de</strong> profissional em centros <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> (www.onsa.pt, 2006). Inclui profissionais<strong>de</strong> Portugal Continental e <strong>da</strong>s Regiões Autónomas, sen<strong>do</strong> a sua participação voluntária.enquadramento epi<strong>de</strong>miológico29

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