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REVISTA_DO_INSTITUTO_GEOGRAFICO_E_HISTOR

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Foi com surpresa que recebi a sugestão do professor Edivaldo<br />

Boaventura para proferir esta palestra. Mesmo com todo o empenho<br />

em divulgar a vida e a obra do artista Irmão Paulo Lachenmayer, não<br />

poderia imaginar receber um tão honroso convite para apresentar minha<br />

pesquisa de mestrado nesta insigne casa de cultura.<br />

Com singular perspicácia, o ilustre educador e professor emérito<br />

da UFBA percebeu a ocasião oportuna para se debater sobre um quase<br />

desconhecido personagem da Bahia, que dedicou quase setenta anos da<br />

sua vida às artes e à nossa cultura.<br />

Este encontro que homenageia a memória do monge artista do<br />

Mosteiro de São Bento da Bahia é também uma ocasião festiva. Neste<br />

ano de 2013 é celebrado o 110º aniversário de nascimento do religioso<br />

alemão. Esse registro passaria despercebido se não fosse a sensibilidade<br />

do professor Edivaldo Boaventura.<br />

Ao abrir as portas do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia,<br />

graças à anuência da professora Consuelo Pondé de Sena, para reverenciar<br />

o monge beneditino, um passo importante é dado para o reconhecimento<br />

de Irmão Paulo como um artista de primeira grandeza nas<br />

artes da Bahia.<br />

Ao relembrar as minhas primeiras divagações sobre o trabalho<br />

de Irmão Paulo, em exercício retrospectivo, sobressai a figura do meu<br />

pai, o professor Cláudio Veiga. Cliente e admirador do trabalho do<br />

monge alemão, meu saudoso amigo colecionou, a partir de solicitações<br />

pessoais, verdadeiras relíquias das artes gráficas da Bahia.<br />

Naquela pequena coleção, três imagens de grande senso estético,<br />

reveladoras da herança germânica de fazer arte, me fizeram descobrir<br />

desde a juventude, um mundo novo, habitado por temas especificamente<br />

interessantes, pouco debatidos, muitas vezes esquecidos ou até mesmo<br />

desconhecidos do grande público baiano. Temas como heráldica,<br />

o ex-libris, a arquitetura sacra, a simbologia cristã, a língua latina, a<br />

arte caligráfica, a numismática, a gravura, a Bauhaus, o modernismo<br />

alemão, entre tantos outros assuntos, que faziam parte da vida e da formação<br />

do artista beneditino, neste momento homenageado.<br />

Três imagens. O ex-libris em aspecto xilográfico que resume a<br />

formação franco-baiana do emérito professor de literatura francesa da<br />

166 | Rev. IGHB, Salvador, v. 108, p. 165/176, jan./dez. 2013

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