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REVISTA_DO_INSTITUTO_GEOGRAFICO_E_HISTOR

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O pau-brasil na História nacional é um bem documentado estudo<br />

sobre o tema, no qual além de passar em revista aspectos botânicos<br />

e geográficos, recupera referências à tintura nos cronistas. Seu plano<br />

contempla não apenas o apogeu dessa atividade econômica nos primórdios<br />

da colonização portuguesa, mas a sua continuação pelo restante<br />

do período colonial e no século XIX. Estuda as condições de produção<br />

e comercialização, o contrabando e o peso de sua renda em diferentes<br />

conjunturas da economia brasileira, não deixando de assinalar também<br />

sua rarefação e as medidas, quase sempre inúteis, de obstá-la. Como a<br />

sublinhar a importância que atribuía aos conceitos e termos que denotassem<br />

as peculiaridades da formação brasileira, o livro possui pequeno<br />

apêndice intitulado “Vocabulário do pau-brasil” no qual registra os<br />

termos brasileiro, costa do pau-brasil, fazer Brasil, passos, ibirapitanga<br />

e arabutan. O livro foi publicado em 1939 na coleção Brasiliana, da<br />

Companhia Editora Nacional, que, assim como a coleção Documentos<br />

Brasileiros, da editora José Olímpio, se propunha reunir os estudos fundamentais<br />

sobre a formação brasileira.<br />

O Ciclo do carro de bois no Brasil não foi publicado em livro<br />

durante a vida do autor, sendo-o apenas em 1958. Sua motivação,<br />

ele a explica num preâmbulo, “Razões deste livro”, as reminiscências<br />

da infância no meio rural, em que o carro de bois era onipresente e o<br />

exemplo uruguaio, que inaugurou em 1934 o célebre monumento “La<br />

carreta”, homenagem em bronze ao similar daquele país. Seu plano foi<br />

ambicioso e compreendeu o “escorço histórico do carro de bois”, a sua<br />

introdução e ampla utilização, no Brasil do século XVI ao século XX,<br />

a análise detalhada do próprio carro, a tipificação do “boi de carro”,<br />

os condutores dos carros e o desempenho produtivo do veículo. Assim,<br />

uma pesquisa exaustiva que esquadrinhou todos os aspectos da<br />

atividade, à qual não faltaram desenhos, plantas e mapas, produziu um<br />

clássico da historiografia nacional – ou será da sociologia, ou da geoigrafia<br />

humana? De qualquer modo, não apenas mais um estudo sobre<br />

determinado meio de transporte.<br />

O método utilizado para a elaboração do Dicionário repetiu-se<br />

neste livro: levantamento exaustivo de bibliografia, fontes documentais<br />

e inquirição de testemunhos. A técnica de produção de fontes pelo próprio<br />

pesquisador, que este último procedimento enseja, e que também<br />

298 | Rev. IGHB, Salvador, v. 108, p. 295/301, jan./dez. 2013

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