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REVISTA_DO_INSTITUTO_GEOGRAFICO_E_HISTOR

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ção de uma Junta Provisória de Governo, e junho de 1823, às vésperas<br />

da rendição e retirada do General Madeira e a entrada triunfante do<br />

exército brasileiro pela Estrada das Boiadas. Quatorze dessas publicações<br />

nasceram com o único objetivo de influenciar a opinião pública em<br />

torno dos objetivos da mudança do sistema do governo, ou a defesa do<br />

modelo vigente, alinhado ou não a Lisboa, ou às Cortes do Rio de Janeiro;<br />

em todo caso, objetivos que num determinado momento convergem<br />

em torno do conflito armado: a Guerra da Independência.<br />

O Idade D’Ouro do Brasil, primeiro jornal baiano, foi a única<br />

publicação que não surgiu nesse contexto. Circulava regularmente desde<br />

14 de maio de 1811 com uma breve interrupção nas suas atividades,<br />

após a morte de Manoel Antônio da Silva Serva, proprietário da tipografia<br />

que editava o jornal, em 1919. Atividades retomadas pela sua<br />

esposa Dona Maria Rosa da Conceição, associada a José Teixeira de<br />

Carvalho, constituindo a tipografia então denominada de Viúva Serva<br />

& Carvalho, oficina que operou por mais duas décadas. 1<br />

Era um jornal empresa, com ânimo de lucro, subvencionado por<br />

anúncios do comércio em especial dos negociantes que gravitavam em<br />

torno do porto e isso fez a diferença na sua postura editorial tímida em<br />

relação à guerra, “uma folha morta” 2 como julgavam alguns portugueses.<br />

Avaliação diferente do jornal “áulico”, assim rotulado por Nelson<br />

Werneck Sodré, numa leitura seletiva das coleções, conceito infelizmente<br />

difundido entre muitos historiadores da mídia. Era governista,<br />

mas não áulico no sentido pejorativo que Sodré fez parecer, o estigma<br />

de jornal rendido aos caprichos da Corte, a de Portugal, ou a do Rio de<br />

Janeiro.<br />

Quinze jornais circularam por tanto na Bahia no período de dois<br />

anos e três meses, treze registrados por Alfredo de Carvalho e João Nepomuceno<br />

Torres nos Anais da Imprensa da Bahia, editados em 1911,<br />

para comemorar o primeiro centenário da imprensa baiana. São eles<br />

1<br />

Cf. CASTRO, Renato de Castro. A Primeira Imprensa da Bahia e suas<br />

publicações. 1811-1819. Salvador: Secretaria de Educação/BA.<br />

1968, p. 50.<br />

2<br />

Cf. Revista do IGHB, n° 58, 1932, p. 310.<br />

Rev. IGHB, Salvador, v. 108, p. 201/217, jan./dez. 2013 | 203

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