REVISTA_DO_INSTITUTO_GEOGRAFICO_E_HISTOR

dem [maçônica?], mormente dos que gozão de
autoridade, e consideração publica; e mais que
todos do novo Governo, que há pouco principiou
a reger-nos, a fim de que todos concorram
com as suas forças, e luzes a salvar esta bela, e
desditosa Província das garras de uma completa
Anarquia, que já ferros nos prepara para lançarnos
no infernal absolutismo, tornando-nos escravos
depois de termos saboreado a doce liberdade,
depois de a termos conquistado com tanto
denodo, e valentia, derramando nosso sangue,
sacrificando nossos bens, e tudo quanto há de
mais caro aos homens! ! Ah! deixar-nos-emos
precipitar? Lançaremos nós mesmos cadeias
uns aos outros? Seremos escravos depois de
conquistarmos nossa liberdade com sacrifícios
inauditos? Depois de sermos livres tornaremos
para o despotismo?
Ah! não. O Povo da Bahia merece melhor sorte.
É preciso cuidarmos seriamente dos nossos
males, eles ainda estão em princípio, o remédio
está em nossas mãos, não precisamos mendigalo
fora. Concorram todos para o mesmo fim,
bem depressa se afugentarão de nós todos os
males, essa danosa licença desaparecerá qual
fumo. Façam os Comandantes de Batalhões observar
nos seus Corpos a mais restrita ordem, e
subordinação, punam severamente a menor infracção,
o menor ataque que qualquer Soldado,
Inferior, e Oficial cometa, sem examinar quem
seja o ofendido; pois a Lei não sofre odiosas
distinções: o Magistrado cumpra exata, e fielmente
os seus deveres, não indague quais são
as partes ricas, ou poderosas; que empregos,
ou lugares ocupam na sociedade; não se torça
a empenhos; e finalmente não se venda a peso
d’ouro; olhe para a Lei, e só por ela se regule:
os Funcionários públicos, os Empregados de todas
as repartições desempenhem fielmente suas
obrigações; pois para isso recebem o salário da
Nação; despachem com prontidão as partes,
não exijam emolumentos quando a Lei lhos não
concede, e nem tão pouco queiram mais do que
278 | Rev. IGHB, Salvador, v. 108, p. 263/287, jan./dez. 2013